Após os resultados ruins obtidos no começo do ano, as exportações de carne bovina cresceram no segundo semestre. os pecuaristas que apostaram no investimento do melhoramento genético, conseguiram bons resultados mesmo em meio a crise.
A crise vivida pelo setor da pecuária de corte no Brasil refletiu nos resultados das exportações do país. No primeiro semestre do ano, as exportações de carne bovina fecharam em queda, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Nas fazendas de Alan Ventura Pfeffer, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, são mais de três mil cabeças de gado. Deste total, 85% são touros e matrizes puros de origem. O restante, animais voltados à pecuária de corte. A queda do consumo de carne e do valor da arroba do boi refletiu no investimento dos produtores em genética. Então quem se manteve nesse mercado, precisou apresentar alta qualidade.
O investimento no melhoramento genético ajudou Pfeffer a driblar a crise econômica. Por lá, o número de vendas de sêmen aumentou 12% este ano. O investimento não foi barato, mas compensa para o comprador pelo aumento da produtividade.
“Quem tem qualidade sempre demora mais a sentir a crise, tanto no gado de corte, quanto no gado de elite e genética. Podemos ver que tem parceiros, que os preços se mantiveram durante todo o ano. Também conseguimos manter nossos preços esse ano, tanto de matrizes, quanto de sêmen também”, diz Pfeffer.
E se o investimento em genética ajudou criadores a conseguir uma melhora nos negócios no mercado interno no primeiro semestre, no segundo foi o exterior que ajudou nas contas. Segundo dados do Ministério da Agricultura as exportações de carne bovina ao exterior cresceram quase 7% nos últimos seis meses do ano. De julho a dezembro de 2017 foram embarcadas 694 mil toneladas do produto, contra as 636 do mesmo período do ano passado.
“Hoje dependemos basicamente da exportação. O mercado interno, na conjuntura atual, não está comprando, está com um consumo bem inferior ao médio histórico. Para se ter uma ideia nosso media de consumo gira em torno de 36 quilos por ano. No ano que vem temos a expectativa que esse mercado comece a melhorar, com o crescimento de consumo de proteína animal”, diz o superintendente comercial da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), João Gilberto Bento.
E assim, com os investimentos em genética e a possibilidade de recuperação da economia interna, as expectativas para este mercado são positivas para 2018. “Teremos um aumento de oferta também, então na verdade nós não esperamos grandes repiques de preço. Para nós conseguirmos que o preço da arroba atual melhore, esse preço precisa aumentar um pouco ai será já será razoável”, diz Bento.