A recente melhora nos preços do café ajudou a destravar os negócios no mercado brasileiro. “O produtor aproveitou para se proteger do efeito negativo da entrada de safra. E isso deu mais ritmo às vendas antecipadas”, afirma o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach, que indica que o cafeicultor negociou de forma antecipada em torno de 15% da safra 2018/2019, projetada pela consultoria em 60,5 milhões de sacas
A bebida dura do sul de Minas com 15% de catação chegou a R$ 465, com reportes de negócio até a R$ 470 a saca para entrega e pagamento em setembro de 2018. Atualmente, gira em torno de R$ 460 por 60 kg. “Olhando para o histórico médio recente dos preços, o patamar atual é o mais alto desde dezembro do ano passado. Isso, talvez, explique o interesse do vendedor, especialmente daquele mal vendido com safra nova”, diz Barabach.
A negociação da safra nova teve alguns picos no começo do ano, quando a bebida se aproximou do emblemático patamar de R$ 500 a saca. No entanto, faz tempo que o mercado não mostra força e a inclinação negativa prevalece.
O recente repique, mesmo com o preço distante do idealizado pela venda, ainda representava um avanço em comparação às últimas ofertas, diz o consultor. “Por isso, muitos produtores aproveitaram a alta, enxergando, talvez, como a última chance antes da safra”.
O percentual de venda antecipada de 15% é similar ao do ano passado, nesta mesma época. Mas está abaixo da média para o período, que gira em torno 19%, e bem aquém do ano de 2016, quando as vendas já alcançam 23% da safra.
As vendas de arábica giram em torno de 16% da safra, contra 20% de média para o mês de abril. E o fluxo de vendas está mais fraco justamente no sul de Minas, principal região produtora, onde não superam os 20% da produção estimada, quando o normal para o período é estar acima de 26%. No caso do conilon, as vendas também estão mais baixas, com cerca de 10% do total comprometido.
Produtor brasileiro de café já vendeu 15% da safra 2018/2019
Cafeicultor aproveitou para se proteger do efeito negativo da entrada da colheita no mercado, dando ritmo às vendas, diz consultor da Safras & Mercado