A Associação dos Fornecedores de Cana de Capivari (Assocap), no interior de São Paulo, estima redução de cerca de 10% na safra deste ano e a falta de chuva é um dos grandes problemas enfrentados pelos agricultores. Na outra ponta da produção, as usinas estão pagando cerca de 15% menos pela cana em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o produtor de cana Reinaldo Sgariboldi, a chuva está bem abaixo do registrado em 2017. “Era para estar tudo verde em maio, mas já podemos notar o efeito da seca neste canavial. Neste ano, posso dizer que choveu um pouco mais do que a metade do ano passado”, contou.
Para o agrônomo Reinaldo Municelli, essa seca irá pesar no bolso do produtor. “Vai causar um grande prejuízo econômico, porque a cana não terá peso e não vai crescer. Travada, terá uma qualidade inferior e a quantidade de açúcar também será afetada”, contou.
Diante deste cenário, a quebra da safra é inevitável e, para azar dos produtores, o preço não deve subir com a diminuição na oferta. “O estoque de açúcar que temos no mercado deve abaixar. Mas não existe mais isso de não ter mais cana, o que importa é o que está no mercado”, falou Sgariboldi..
Na visão do agrônomo, no entanto, o estrago da seca já está consolidado. O que os produtores podem fazer é aguardar as plantas novas, se vão melhorar de tamanho e voltar a crescer um pouco mais. “Isso pode melhorar o aspecto final, mas não vai recuperar”, disse.
Quem vive do cultivo da cana só tem um pensamento, que é esperar por uma chuva que possa diminuir um pouco desse prejuízo.
Vem chuva?
De acordo com a editora de Tempo do Canal Rural, Priscylla Paiva, parte das áreas de cana do interior de são paulo estão recebendo chuva abaixo da média desde novembro do ano passado. Em abril choveu apenas 14 milímetros dos mais de 55 esperados para o mês.
Em maio, até esta data, ainda não foi registrado nenhum milímetro de chuva. Confira no vídeo abaixo a previsão completa para os próximos dias: