A falta de internet dificulta o aumento de produtividade em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso. O problema é tão preocupante, que o sindicato rural da cidade fez um estudo sobre o assunto e promete fazer uma parceria para diminuir o problema até outubro de 2018.
Uma máquina que tem capacidade para colher 2 mil toneladas de cana por dia, por exemplo, possui um GPS acoplado na cabine que faz a leitura da área de plantio e evita perdas no processo. A tecnologia, no entanto, só funciona com internet. “Uma boa conexão pode nos auxiliar desde a telemetria do equipamento, onde a gente consegue fazer um acompanhamento sobre a parte de manutenção e operacional e ainda utilizar a tecnologia embarcada no plantio, onde se tem um desenho de mapas de como se realizar o processo. Pode-se, ainda, utilizar esse mesmo desenho para a colheita. Tudo isso beneficia a parte operacional com ganho de rendimento, uma vez que o operador garante um corte com maior qualidade e sem pisoteio”, analisou o gerente de serviços Alexandre Gonçalves.
Máquinas como essa não conseguem operar na capacidade máxima na região por falta de internet de qualidade no município. Segundo o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Adolfo Petry, o problema dificulta o desenvolvimento do agronegócio na região.
“Nós temos dificuldade de imprimir uma simples nota fiscal. Eu carrego os caminhões na fazenda e não consigo emitir esse documento, ou controlar meu estoque. Além disso, a falta de conectividade impossibilita o uso de equipamentos de máquinas que custam mais de R$ 1 milhão, com tecnologia de ponta, mas que não conseguimos extrair os dados”, contou.
Para lutar contra esse problema, a entidade realizou um estudo para identificar os fatores que impedem a conectividade no município. Entre os principais itens estão a falta de uma rede com capacidade de longa distância , ausência de provedores para distribuição do serviço e equipamentos de transmissão da rede para a área rural.
“A internet na cidade simplesmente não existe. Ela funciona em alguns momentos, mas as condições são precárias. Agora, nós teremos uma empresa que vai construir essa rede de fibra ótica entre a cidade de Nova Mutum e Campo Novo e nós vamos disponibilizar esse serviço para que as operadoras de celular, com provedores locais que levam o serviço na casa das pessoas, possam oferecer o serviço de internet móvel e internet fixa na sede do município”, falou o especialista em engenharia de sistemas Jorge Ricardo Bittar.
O projeto que vai criar uma rede 4G privada prevê a instalação de antenas que vão levar conectividade e sensoriamento inteligente ao campo.
“Estima-se que essa rede de longa distância possa estar disponível a partir e outubro. Entre as operadoras de celulares que procuramos, algumas garantiram que vão colocar o 3g e 4g ao longo dos próximos meses. Quanto à conectividade na área rural, nós vamos fazer experiência em cerca de quatro propriedades com um projeto piloto para testar a qualidade do sistema, que já deve ser instalado em setembro”, finalizou José Ricardo.