Os patamares mais altos de preços do milho e a queda no preço do boi gordo prejudicaram a relação de troca com o cereal. Diante disso, o poder de compra do pecuarista frente ao insumo diminuiu 4,1% em junho na comparação mensal.
Já em relação ao mesmo período do ano passado, são 35,5% ou 1,79 saca a menos adquirida com o valor de uma arroba no estado.
Segundo a Scot Consultoria, esta é a pior relação de troca desde maio de 2016, quando era possível comprar por volta de três sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo.
Considerando a praça de São Paulo, atualmente é possível comprar 3,26 sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo.
Milho
Os preços do cereal recuaram nesta segunda semana de junho, após encerrada a greve dos caminhoneiros no país. Segundo levantamento da Scot, na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos chegou a ser negociada em R$ 45, sem o frete, no final de maio, durante o período de greve. Atualmente, a referência está em R$ 43 por saca na região.
Para junho, com a colheita da segunda safra avançando no país, a expectativa é de preços mais frouxos para o milho no mercado interno.
Na B3 (antiga BM&F), os contratos futuros de milho com vencimentos em julho e setembro de 2018 caíram nesta semana, refletindo o peso da colheita e aumento da disponibilidade interna.
No entanto, o câmbio merece atenção, já que a alta do dólar poderá aumentar a competitividade do milho brasileiro para exportação no segundo semestre.
Por outro lado, existe preocupação com relação ao tabelamento do frete rodoviário, que poderá afetar a movimentação no mercado brasileiro de grãos.