A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), órgão que representa 30% da produção canavieira nacional, elevou o tom de insatisfação com a significativa diferença de preços entre o etanol vendido ao consumidor final e aquele que sai das usinas. Como solução, a entidade defende a venda direta do produto pelas indústrias para os postos de combustíveis.
O anúncio acontece após a Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgar dados sobre preços do produto ao consumidor final. Segundo o órgão, o valor do etanol hidratado nos postos paulistas recuou apenas 0,9%, contra uma queda de 21% nas indústrias do combustível no estado, nas últimas três semanas.
Segundo a entidade, o etanol hidratado tem saindo das usinas por R$ 1,522, conforme dados da Datagro, o que representa uma quebra superior a 20% nas últimas três semanas. Mas o valor nos postos continuam quase o mesmo do início do período analisado, sendo vendido agora por R$ 2,848, representando um recuo de menos de 1%.
“Estamos falando numa queda significativa para usinas, a qual está atrelada a maior oferta do etanol diante da antecipação da moagem da cana no estado, mas não está sendo repassada para o consumidor final. Portanto, diante dessa anomalia localizada entre as distribuidoras e os postos de combustíveis, talvez até com prática de cartéis, não faz sentido o governo federal proibir as indústrias de comercializarem direto aos postos para ampliar a transparência do processo e baixar respectivamente os preços para o consumidor na ponta”, defende o presidente da Feplana, Alexandre Andrade Lima.
O dirigente lembra ainda que em grande parte do mundo a comercialização já é realizada desta maneira.