O valor pago pela arroba do suíno se desvalorizou R$ 3, nas granjas paulistas, aponta a Scot Consultoria. Na semana passada, o animal terminado estava sendo negociado a R$ 68. Nesta, o produtor passou a receber R$ 65 – queda de 4,4%.
“Nos próximos dias, o mercado deverá seguir calmo nas granjas, resultado da baixa oferta de animais. No entanto, no atacado, desvalorizações poderão ocorrer”, destaca a analista de mercado Juliana Pila.
E essas quedas já têm acontecido. Com a entrada da segunda quinzena de junho, a demanda por carne suína diminuiu, o que fez os preços no atacado passarem de R$ 5,60 por quilo para os atuais R$ 5 por quilo, desvalorização de 10,7% em sete dias.
Segundo Juliana, os compradores estão fracionando seus pedidos para não trabalharem com estoques elevados, “visto que o consumo tem retração nesta época do mês”.
Como fica o bolso do produtor?
Em junho, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou crescimento do poder de compra do suinocultor na maior parte das praças acompanhadas. A justificativa, de acordo com os pesquisadores da instituição, para esse cenário “é o aumento dos preços do animal vivo e o enfraquecimento das cotações de milho e farelo de soja, principais insumos utilizados na atividade”.
Números da entidade mostram que apesar do recuo das cotações na última semana, o produtor está sendo melhor remunerado do que na mesma data do mês passado.
Ainda de acordo com os especialistas, o suíno vivo se valorizou devido à demanda mais aquecida, enquanto para o milho, o recuo dos preços está atrelado à retração de compradores, que estão à espera da entrada mais efetiva do milho da segunda safra. Para o farelo de soja, as recentes baixas nos preços externos do grão , devido ao conflito comercial entre a China e os Estados Unidos, e as indefinições do tabelamento mínimo do frete têm resultado em queda nos valores domésticos do derivado.