A usina da empresa no Piauí foi uma das primeiras a apostar no biodiesel. O projeto era cultivar mamona com a participação da agricultura familiar e, com isso, receber isenção de impostos do governo federal. Porém, o resultado não foi satisfatório, e com isso, veio um período de dificuldades financeiras.
Entretanto, no terceiro trimestre deste ano, a Brasil Ecodiesel teve o maior lucro líquido da sua história: R$ 5,25 milhões. Com isso, saiu do prejuízo que havia registrado no mesmo período de 2008, de R$ 29,26 milhões.
Mesmo assim, a empresa ainda utiliza apenas 60% da capacidade de produção. Das seis usinas do grupo, duas estão paradas.
A previsão é voltar a crescer, principalmente com a antecipação do aumento no percentual de biodiesel que é misturado ao óleo comum. O B5, que tem 5% de biodiesel na composição passa a ser obrigatório já a partir de janeiro do ano que vem e não mais em 2013.
Com a medida, a indústria aposta que a demanda aumente em pelo menos 25%. A expectativa é otimista para o próximo leilão de biodiesel que a Agência Nacional do Petróleo promove no dia dezessete de novembro.
? A nossa expectativa é que a gente consiga melhorar a ocupação das 4 usinas que estão funcionando e vender senão toda a capacidade, mas parte das usinas que estão paradas ? disse o diretor de Relações com Investidores da Brasil Ecodiesel, Charles Mann de Toledo.
A tecnologia para produzir biodiesel já é conhecida. Atualmente, o maior desafio para as indústrias, segundo a companhia, é diminuir a dependência da soja, que é de 80%. Isto porque a commodity tem muita variação de preço. O objetivo é encontrar outra matéria-prima adequada. Nesse sentido o dendê e o pinhão manso têm as pesquisas mais avançadas.
? Estamos buscando exatamente a médio e longo prazo uma cesta de matérias-prima. As oleaginosas que pudessem reduzir essa dependência da soja ? acrescentou o presidente da empresa, Mauro Cerchiari.
O setor também negocia com o governo uma autorização para o uso do B20, a mistura de 20% de biodiesel ao combustível comum, mas somente para abastecer os ônibus urbanos.
? Nós acreditamos que isso vai ser um grande passo e que o governo vai poder aumentar ainda mais o uso de biocombustível ? completou o diretor financeiro da companhia, Eduardo de Come.
Para garantir este crescimento nos próximos anos, a empresa busca o apoio dos investidores. O economista Osvaldo Dalla Colleta investe em ações de seis companhias, nenhuma do agronegócio, mas disse que agora está disposto a comprar papeis da empresa. Ele acredita no crescimento do biodiesel.
? Com este cenário promissor de progresso e de melhoria de resultados, eu como investidor tenho também um retorno do meu investimento ? concluiu o investidor.