O Itaú Unibanco elevou a projeção para o dólar no Brasil de R$ 3,70 para R$ 3,90 no final deste ano e em 2019, de acordo com relatório assinado pelo economista-chefe, Mario Mesquita. “As incertezas internacionais e domésticas seguem pressionando o real”, destaca o documento, alertando que existem riscos relevantes para essa projeção, vindos tanto do cenário externo quanto da economia doméstica.
No cenário internacional, uma escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos, que já fez a aversão ao risco aumentar nas últimas semanas, pode pressionar ainda mais o dólar, assim como um aumento mais intenso de juros americanos pelo Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano.
No mercado doméstico, o banco destaca que permanecem as incertezas acerca da evolução das reformas, especialmente as fiscais, em meio a uma eleição ainda bastante incerta.
Pelo lado positivo, o banco ressalta que os dados recentes seguem mostrando as contas externas saudáveis, mesmo com o ligeiro aumento do déficit em conta corrente, na margem, por conta da greve dos caminhoneiros. “O investimento estrangeiro direto continua sendo a principal fonte de financiamento do balanço de pagamentos, apesar do recuo nos últimos meses”.
O banco projeta ligeira elevação do déficit em conta corrente nos próximos meses, mas sem comprometer a sustentabilidade externa. O Itaú estima superávit comercial de US$ 65 bilhões em 2018 e de US$ 56 bilhões (ante US$ 55 bilhões) em 2019. Para a conta corrente, a estimativa é de déficit de US$ 17 bilhões (ante US$ 19 bilhões) em 2018 e de US$ 29 bilhões (ante US$ 36 bilhões) em 2019.