O tempo médio de espera para navios de fertilizantes atracarem no porto de Paranaguá (PR) — destino de 46,1% do total importado pelo Brasil em 2018 — passou de 8 para 17 dias, aumento de 112,5%. Os números são da INTL FCStone.
O maior custo do transporte, gerado pela tabela de preços mínimos de fretes, tem limitado as entregas do produto e gerado acúmulo nos armazéns dos portos. Isso resulta em aumento na multa paga pelo transportador por cada dia de estadia acima do tempo contratado.
“Para o cloreto de potássio (KCl), o fertilizante mais demandado por importadores brasileiros, a multa média de junho de 2018 atingiu US$ 7,56 por tonelada, um crescimento de US$ 4,82 por tonelada em relação ao mesmo período de 2017”, aponta o analista de mercado do grupo Fábio Rezende. Ele reforça que essa multa será repassada ao preço do produto, na venda ao mercado interno.
De acordo com Rezende, a situação em Paranaguá é acentuada devido à baixa disponibilidade de caminhões no litoral. “As vendas de grãos por via rodoviária também têm sido evitadas, de modo que, em muitos casos, não tem sido possível levar os fertilizantes ao interior, gerando uma crise de abastecimento”, explica.
No interior, a falta de produto limita compras antecipadas para o período de pico da demanda, que vai de agosto a outubro, o que ameaça estender o caos logístico para o restante do ano, mesmo que o embaraço dos fretes seja resolvido com rapidez.