Criadores lamentam adiamento das provas de laço da ABQM

Entidade mantém o otimismo que nos próximos dias conseguirá realizar estas provas. Mas já tem criador arrumando as coisas para ir embora

As provas de laço que seriam disputadas durante o 41º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha seguem suspensas em função de uma ação civil pública, que corre na 2ª Vara Cível de Londrina. A Associação Brasileira de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) tinha a expectativa de que um recurso enviado ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná pudesse autorizar, ainda neste domingo, dia 15, a disputa da modalidade, entretanto, a decisão não saiu. Com isso, alguns competidores já voltam para casa.

O evento que teve início neste sábado, dia 14 e segue até o dia 22 de julho, em Londrina, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, conta com quase 2 mil cavalos inscritos para as competições de laço, tambor, maneabilidade, seis balizas entre outras.

Competidores da prova de laço lamentam arena vazia

Em contato com a organização do evento, a mesma reiterou que em caso de decisão a favor do esporte, as provas serão reiniciadas imediatamente. independente do dia e do horário.

“Estamos tomando todas as medidas jurídicas necessárias para reverter essa situação o quanto antes. É uma prova muito tradicional, os cavalos são como cachorros, são de estimação e recebem todos os cuidados necessários para que se sintam bem”, diz Cicinho Varejão, presidente da ABQM. “O que está acontecendo é fruto da falta de informação, pois os relatos e fotos não são do nosso evento. Prezamos pela bem estar animal acima de tudo.”

Cicinho Varejão, presidente da ABQM

Já para alguns criadores de cavalos que foram para a competição exclusivamente para participar das provas de laço, como é o caso de Anderson Proença, de 44 anos, o abatimento é grande. Ele, que também é treinador, participa há 20 anos do evento e trouxe oito animais, mas agora está voltando para casa com incertezas sobre a manutenção de sua profissão.

“Estou indo embora agora bastante chateado. Nem tanto pelo prejuízo financeiro de hospedagem e transporte gastos para vir e competir, mas pelo medo do futuro. Estou abalado emocionalmente, pois vivo disso, sou treinador de cavalos e não sei o que vai acontecer daqui pra frente, é muita indefinição”, diz Proença, que mora no município de Marinópolis (SP).

Competidor Anderson Proença, de Mirandópolis (SP)

Outro competidor que também participa há bastante tempo do evento, Rafael Franco, contabilizou um prejuízo de aproximadamente R$ 20 mil. Ele veio de Itumbiara (GO), a mais de 700 quilômetros de distância transportando seus sete cavalos e os cuidadores para garantir o bem estar dos animais.

Criador Rafael Franco, de Itumbiara (GO)

“A ABQM está nos dando todo o respaldo necessário, inclusive com estrutura para os animais. Mas é triste ver a arena vazia, o pessoal do laço chateado. A festa não está completa, né?”, diz Franco.

Arena que receberia as provas de laço ficou vazia

Evento é um sucesso

Apesar dos impasses jurídicos envolvendo as provas de laço, as demais competições como maneabilidade, ranch sporting, três tambores, entre outras, seguem maravilhando o grande público presente.

“O evento é um verdadeiro sucesso, o parque recebeu todos com uma estrutura fora de série. Recebemos recorde de inscrições e de estandes”, conta o presidente da ABQM.

Neste segunda, dia 16, duas provas estão marcadas para começar às 9h da manhã: team penning e três tambores. Mais tarde, às 20h, acontece o leilão Estrelas do Trabalho. Veja mais detalhes abaixo: