Os argumentos brasileiros se baseiam na capacidade do etanol de emitir nove vezes menos gases de efeito estufa em comparação a outros combustíveis, além de ser produzido a custos mais baixos do que os tradicionais. As discussões serão realizadas na próxima terça, dia 8.
? Mesmo na pior das hipóteses, a produção de biocombustíveis é melhor do que a gasolina. O nosso é melhor ainda. Nós não somos contra o etanol [vindo de outros países]. Há espaço para tudo. Por pior que seja produzido o biocombustíveis, tem de ser melhor do que a gasolina ? afirmou o diretor do Departamento de Energia do Ministério de Relações Exteriores, André Corrêa do Lago.
A rodada de discussões sobre etanol será conduzida por dois embaixadores brasileiros e mais três especialistas da área de biocombustíveis. Haverá, ainda, representantes dos Estados Unidos e da Suécia.
Para mostrar na prática as vantagens do produto, o empresário gaúcho Eduardo Malmann apresentará seu projeto sobre miniusinas de etanol cuja produção é voltada para a eletricidade e os combustíveis.
As organizações não governamentais norte-americanas Nature Conservacy e Project Gaia vão apresentar seus programas utilizando o biocombustível como alternativa para a redução do desmatamento e melhoria da qualidade de vida.
? Soja, etanol e celulose vão apresentar o compromisso de não desmatamento ?afirmou Corrêa do Lago.
O diplomata afirmou que o objetivo do Brasil é atrair a atenção dos países em desenvolvimento, como os africanos, que necessitam de alternativas baratas para adesão ao Protocolo de Quioto ? que determina que até 2012 seus signatários reduzam as emissões combinadas a níveis 5% abaixo dos índices de 1990.
No último dia 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que as negociações em Copenhague podem não avançar tanto como se esperava.
? Eu sempre trabalho com a hipótese de que nas negociações nós deveríamos chegar a alguns números, que não seja tudo o que algum individualmente quer, mas que seja possível construir. É assim que nós negociamos e fazemos política, e vamos continuar trabalhando ? disse.