Milho

Produção de etanol de milho deve crescer e elevar demanda pelo grão

Crescimento do uso do cereal para biocombustível pode compensar em parte a queda do consumo em áreas como ração para aves de corte, diz a Conab

duas mãos segurando espigas de milho
Foto: Renata Silva/ Embrapa Rondônia

A produção de etanol de milho deve crescer no Brasil durante a safra 2018/2019, afirma o analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Thomé Guth. Segundo ele, o esmagamento do grão para a produção do combustível pode chegar a 2 milhões de toneladas nesta safra 2018/2019, ante um processamento de cerca de 700 mil toneladas no ciclo anterior. O número de usinas deve crescer e estimular a produção. “Há já usinas em construção no Centro-Oeste”, disse.

O consumo doméstico do grão no país deve chegar a 62,5 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), ante 59,8 milhões de toneladas na safra 2016/2017.

O crescimento do uso do milho para etanol deve compensar em parte a queda do consumo em outros setores, como na ração para aves de corte. “O plantel de aves deve ter um pequeno decréscimo”, disse. Uma das consequências da greve dos caminhoneiros foi a mortandade de animais e prejuízos ao setor de proteína animal, o que levou a redução da produção de frango de corte.

Em relação aos preços domésticos, as eleições devem influenciar o câmbio fortemente neste ano, porém de forma ainda imprevisível, dependendo dos candidatos que se destacarem e a avaliação do mercado em relação a eles. Caso a moeda norte-americana se valorize ante o real, deve aumentar a competitividade da produção nacional, mas pode encarecer os custos de produção.

“Depender do resultado das eleições presidenciais e seus efeitos na economia nacional, o dólar pode variar significativamente, afetando as condições de paridade, bem como os preços internos”, diz a Conab, em estudo.

A greve dos caminhoneiros também deve direcionar os preços, segundo a Conab. “O tabelamento de fretes vêm atrapalhando o fluxo de escoamento da safra e, por essa razão, há atraso nos embarques de exportação e incertezas em relação ao preço doméstico”, diz o estudo.

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