A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou que as exportações de milho do Brasil podem cair 7 milhões de toneladas caso o tabelamento do frete não seja revisto pelo governo. A entidade projeta que se nada for decidido em audiência pública marcada para a próxima segunda-feira, dia 27, com o ministro Luiz Fux, os embarques do cereal passarão de 27 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas em 2018.
“A imprevisibilidade gerada pelo tabelamento pode aniquilar a exportação de milho, fazendo com que o mercado perca competitividade”, afirma Sérgio Mendes, diretor executivo da Anec.
De acordo com ele, o impacto em outras cadeias de valor agregado, como a de carnes, será enorme, inclusive sobre a venda de proteína animal no mercado externo.
“Com a possível retração da produção do milho, por conta do impacto dos custos logísticos provocado pela tabela, o produto deverá encarecer, tanto para o comprador na granja, quanto para o consumidor final. Lembrando que essa commodity é fundamental para a perenidade de diversos segmentos, sendo o insumo mais importante e mais barato para a produção de proteína animal”, explica.
Mendes ressalta ainda que a comercialização futura do milho está travada e o andamento do mercado é uma incógnita num momento em que o Brasil poderia se beneficiar com a crise entre Estados Unidos e China. “O Brasil é o 2º maior produtor de milho no mercado mundial, posição conquistada com muito esforço e que está em risco agora devido ao tabelamento”, diz.