Soja

Soja: Chicago cai mais de 1% com indicativo de safra recorde nos EUA

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

foto de soja enviada por leitor
Foto: Wagner Maciel Melo/arquivo pessoal

Em Chicago, os contratos futuros negociados encerraram a quarta-feira com preços em queda. A perspectiva de boa safra norte-americana e as incertezas em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China pressionaram o mercado. No contrato para setembro, a oleaginosa chegou ao patamar de US$ 8,58, queda de mais de 16 cents.

A crop tour da Pro Farmer visitou mais dois estados, confirmando que a contagem de vagens é superior à do ano passado e da média em três anos. Desta vez as amostras foram recolhidas no Nebraska e em Indiana. Os números finais do tour serão divulgados na sexta, na parte da tarde.

Além disso, representantes da China e dos Estados Unidos estão reunidos desde hoje, mas o mercado se mostra cético sobre um avanço na disputa comercial, principalmente no que envolve a soja. Esse é outro fator de pressão sobre as cotações.

Brasil

O mercado brasileiro de soja teve uma quarta-feira de preços pouco alterados e ritmo calmo na comercialização. A bolsa de Chicago teve perdas e o dólar fez sua compensação com a alta
contra o real. Assim, as cotações da oleaginosa tiveram poucas mudanças no país no dia. Houve alguma movimentação relevante reportada apenas no Rio Grande do Sul.

Soja no mercado físico – saca de 60 kg

          • Passo Fundo (RS): R$ 84,50
          • Cascavel (PR): R$ 83
          • Rondonópolis (MT): R$ 78
          • Dourados (MS): R$ 80,50
          • Porto de Paranaguá (PR): R$ 90,50
          • Porto de Rio Grande (RS): R$ 91
          • Porto de Santos (SP): R$ 89
          • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 89
          • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

            • Setembro/2018: US$ 8,58 (-16,25 cents)
            • Novembro/2018: US$ 8,70 (-15,75 cents)

Milho

O mercado brasileiro de milho registrou preços pouco alterados nesta quarta-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a volatilidade cambial ainda é a marca do mercado para esta semana. A tendência é que esse processo se prolongue até as eleições. “Os preços nos portos tornam-se mais competitivos à medida que o real se desvaloriza, com uma atuação cada vez mais efetiva das tradings no mercado disponível e para a safrinha 2019″, comenta.

Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago  (CBOT) para o milho fechou com preços acentuadamente mais baixos. O mercado foi pressionado pela perspectiva de rendimento médio maior do que o ano passado (e do que a média dos últimos três anos) na Dakota do Sul, Ohio, Nebraska e Indiana, atestado pela Crop Tour da Pro Farmer. 

Em Nebraska, a produtividade do milho está estimada em 179,17 bushels por acre, acima da média dos últimos três anos, que foi de 163,06 bushels por acre. No ano passado, o rendimento médio foi projetado em 165,42 bushels por acre.

Em Indiana, a produtividade média do milho deve ficar em 182,33 bushels por acre, ante a média de 162,53 bushels por acre nos últimos três anos. No ano passado, o rendimento médio havia sido estimado em 171,23 bushels por acre.

Milho no mercado físico – saca de 60 kg

  • Rio Grande do Sul: R$ 43
  • Paraná: R$ 38
  • Campinas (SP): R$ 43,50
  • Mato Grosso: R$ 29
  • Porto de Santos (SP): R$ 44
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 43,50
  • São Francisco do Sul (SC): R$ 43,50
  • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

      • Setembro/2018: US$ 3,52 (-7,25 cent)
      • Novembro/2018: US$ 3,66 (-7,50 cent)

Café

O mercado brasileiro de café teve uma quarta-feira de cotações estáveis, com a queda das bolsas de Nova York e Londres compensada pela alta do dólar. O dia foi de atenções para a volatilidade da Bolsa de Nova York no arábica e no câmbio. Isso gerou cautela entre compradores e vendedores e resultou em pouca movimentação e negócios no país.

Colheita 2018/2019

A safra brasileira 2018/19 foi indicada em 91% até 21 de agosto. O número faz parte do levantamento semanal de Safras & Mercado para a evolução da colheita da safra. Na semana passada, o índice estava em 88%.

Tomando por base a estimativa de Safras para a produção de café do Brasil em 2018, de 60,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 55,17 milhões de sacas até o dia 21 de agosto. Em igual período do ano passado, a colheita estava em 94%, e na média dos últimos 5 anos para o período em 91%.

Segundo o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach, o clima predominante seco, embora levante especulações em torno do déficit hídrico, segue favorável aos trabalhos de colheita e secagem do café. No conilon, os trabalhos já se encerram e no arábica entram na reta final, em alguns casos restando apenas a varreção. Os dados de produção vão confirmando a perspectiva de safra recorde e de boa qualidade.

Nova York

A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quarta-feira com preços mais baixos. Segundo traders, as cotações voltaram a cair diante da valorização do dólar contra o real no Brasil, em meio ao processo eleitoral no país. A alta da moeda americana estimula e dá competitividade aos embarques brasileiros.

Além disso, os fundamentos são baixistas, com safra recorde no Brasil e com outras origens colhendo adiante grandes safras. A oferta abundante traz  tranquilidade aos consumidores.

Assim, NY chegou a romper a linha de US$ 1 a libra-peso no contrato dezembro quando teve as mínimas do dia. Porém, recuperou-se do fundo do poço na sessão e fechou acima deste importante marco. “O rompimento dessa linha junto aos sinais de sobrevenda estimulou realizações de lucro dos vendidos e ajustes de carteira de fundos. E isso fez o mercado reagir e recuperar esse  patamar psicológico do mercado, sinalizando um importante suporte de curto prazo na ICE em NY”, comenta o consultor Gil Barabach.

Ainda de acordo com o Barabach, o avanço do dólar pode voltar a pressionar o mercado e colocar em xeque, novamente, a linha de 100 cents no contrato de dezembro de 2018. “E uma perda consistente dessa linha pode abrir novas ordens de venda e ampliar o cenário negativo na ICE. Mas, a longa queda, associado aos sinais de sobrevenda, ajudam a desenhar um fundo acima de 100 cents e favorece correções”, comenta.

Londres 

A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres para o café robusta também encerrou as operações da quarta-feira com preços baixos. O mercado acompanhou a desvalorização do arábica na Bolsa de Nova York,  que chegou a romper para dezembro a linha de US$ 1 a libra-peso. A alta do dólar contra o real no Brasil e a ampla oferta global seguem como os fatores baixistas para as bolsas de café.

Os fundamentos continuam baixistas, com a safra recorde brasileira e com outras origens vindo adiante com grandes safras, casos do Vietnã e Colômbia.

Café no mercado físico – saca de 60 kg

          • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 410 a R$ 415
          • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 415 a R$ 420
          • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 365 a R$ 370
          • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
          • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso

          • Setembro/2018: US$ 96,40(-1,55 cent)
          • Dezembro/2018: US$ 100,90(-0,90 cent)

Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada

            • Setembro/2018: 1.637 (-US$ 14)
            • Novembro/2018: 1.548 (-US$ 13)

Dólar 

O dólar perdeu força na parte final do pregão e fechou em alta de 0,44% no mercado à vista, cotado a R$ 4,057 para venda, maior nível desde 16 de fevereiro de 2016, quando chegou a R$ 4,0710 à época refletindo a busca por proteção com a percepção de que o candidato do PSDB e pró-reformas estruturais, Geraldo Alckmin, pode ficar de fora do segundo turno. Isso porque as últimas pesquisas “dão conta de um avanço do ex-presidente Lula, o que deixa o nervosismo do mercado interno à flor da  pele”, avalia o economista-chefe da Spinelli, André Perfeito.

Acima do nível de R$ 4 pelo segundo pregão consecutivo, Perfeito ressalta que o dólar parece ter encontrado “respaldo” neste patamar na esteira não só desse nervosismo do mercado”, como também do movimento de stop loss, com investidores “testando um nível máximo de paciência”, o que tende a levar a moeda “só para cima”, diz.

“Claro, começam as apostas de dólar R$ 5. Isso não vai acontecer. Temos reservas internacionais relevantes e o Alckmin pode melhorar sua posição quando o horário eleitoral começar e ele puder usar o seu acordo caro com os partidos do centrão”, ressalta o economista da Spinelli. O tucano terá cinco minutos e 53 segundos em cada um dos dois blocos de 12 minutos e 30 segundos nos programas exibidos às terças, quintas e sábados.

Em relação a uma expectativa de o Banco Central atuar no mercado, este  diretor comenta que como o volume de negociação está acima da média, cerca de 600 mil contratos, reduz as chances de o BC entrar no mercado, diferentemente do cenário em junho, quando a volatilidade “foi no vazio”.

Ibovespa

O índice ibovespa  encerrou o pregão de hoje descolado da alta do dólar ficando em alta de 2,29%, com 76.902 pontos com R$ 9.679 milhões de volume negociado.

A recuperação foi alavancada pela valorização das ações das principais empresas, como os papéis da Petrobras, encerrando com alta de 3,56%; a Vale, com valorização de 3,03%; o Bradesco, subindo 2,46%; e Itaú, com aumento de 2,38%.


Boi

Mercado do boi gordo fechou esta quarta-feira com poucas alterações nas referências. A oferta restrita de boiadas tem dificultado os frigoríficos de adquirirem lotes maiores para o abate e o modelo de comercialização mais visto é o de compra de lotes “picados”. As escalas de abate atendem em torno de cinco dias e são suficientes para atender a demanda vigente, que por sinal está enfraquecida.

Estamos no fim do mês e sazonalmente nesse período há queda no consumo e, consequentemente, o escoamento da carne é menor. Esse é o fator que está limitando as altas no mercado. No mercado atacadista de carne bovina com osso as referências estão estáveis frente ao levantamento de ontem . O boi casado de animais castrados está cotado em R$9,05 por quilo.

Além disso, o poder de compra do milho para o pecuarista diminuiu. No inicio de agosto, a relação de troca estava em 3,8%, ou seja, para cada arroba do boi gordo o pecuarista conseguia adquirir 3,8 sacas de milho, já no fechamento de 21 de agosto essa relação caiu para 3,5%, que da 6,8% no poder de compra do pecuarista. Se comparado em igual período do ano passado,  a relação de troca caiu 28,8%.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 144
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 139
          • Goiânia (GO): R$ 133
          • Dourados (MS): R$ 138
          • Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
          • Marabá (PA): R$ 128
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,70 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 145
          • Sul (TO): R$ 131
          • Veja a cotação na sua região

Previsão do tempo para quinta-feira, dia 23

 

Sul

A frente fria se afasta, mas ainda há um sistema de baixa pressão no Paraguai e outro no oceano, na altura do Paraná. Por isso tem muita instabilidade espalhada pela região Sul e há previsão para chover em todos os estados. As pancadas mais intensas atingem o oeste do Paraná e o leste de Santa Catarina.

Nas demais áreas, a chuva ocorre alternada por períodos de tempo firme e até a presença do sol, entre nuvens. A temperatura deve subir um pouco mais que nos dias anteriores, mas a sensação de frio do amanhecer continua.

Sudeste

A frente fria se afasta, mas ainda há instabilidades atuando pelo estado de São Paulo e pode chover no sul do estado. A chuva não traz grandes volumes acumulados e diminui bastante o risco para trovoadas. Na capital paulista, há muita nebulosidade, poucos períodos de sol e temperaturas amenas.

Nas demais áreas do Sudeste, a condição ainda é de tempo firme e com poucas nuvens. O calor segue no interior dos estados.

Centro-Oeste

Ainda há instabilidades em Mato Grosso do Sul e pode chover na maior parte do estado, mas sem grandes volumes acumulados. No entanto, ainda temos condições para trovoadas. Entre o norte de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, o tempo volta a ficar bem seco e não há previsão para chuva. A umidade do ar fica abaixo do ideal nas horas mais quentes do dia.

Nordeste

A chuva segue concentrada nas áreas do litoral leste da região, com muitas nuvens e alguns períodos de sol ao longo do dia. Os volumes podem ser mais expressivos no Recôncavo Baiano. Chove fraco também no litoral do Maranhão.

Nas demais áreas do Nordeste, o tempo segue seco, com baixos índices de umidade do ar.

Norte

Temos uma condição de tempo firme entre o Acre e o Tocantins, com sol e poucas nuvens ao longo do dia. Nas demais áreas, a chuva segue a qualquer momento, com trovoadas e com volumes mais expressivos em Roraima.