Falta de políticas públicas para o campo é apontada como principal causa da pobreza na zona rural

Assunto foi debatido durante o terceiro Seminário CNA Discute o BrasilA falta de políticas públicas específicas para o campo foi apontada como a principal causa da pobreza na zona rural. O assunto foi debatido durante o terceiro Seminário CNA Discute o Brasil, nesta quinta, em Brasília.

No encontro, especialistas em assistência social discutiram medidas para combater a pobreza na zona rural.

? Eu penso que se nós caminharmos nas políticas públicas, avançarmos na educação, na área da qualificação e na área da saúde, nós estaremos dando os primeiros passos ? avaliou a presidente do Fórum Nacional das Secretarias de Assistência Social, Tânia Garib.

? Nós queremos demonstrar que os agropecuaristas, pessoas de boa índole, de boa fé, como todos os brasileiros, nós não somos diferentes. Nós queremos estar próximos, unidos com todos os brasileiros na busca de soluções ? completou a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

De cada quatro brasileiros em situação de pobreza, três vivem no campo. Foi com base nos dados do Banco Mundial que a CNA começou a mapear as famílias rurais e constatou que a maioria das políticas públicas não chega até elas.

? As políticas públicas não são desenhadas para o campo e quem faz o desenho das políticas públicas não conhece as desproteções do campo ? disse o secretário-Executivo do Instituto CNA, Marcelo Garcia.

O estudo Observatório sobre a Desproteção Social no Campo, da confederação, mostrou ainda que as escolas rurais nunca passaram por uma análise do Ministério da Educação. Cerca de 40% dos entrevistados nunca estudaram além da 4ª série do Ensino Fundamental, e apenas 6% afirmaram saber ler e escrever. Os programas de habitação também não atendem aos agricultores, que também enfrentam outras dificuldades.

? Um dos sérios problemas do campo é ainda o não assalariamento, e também o trabalho da criança como parte do trabalho adulto ? disse Suely Gomes, professora da Universidade Federal Fluminense.