Os três se encontraram durante evento organizado pela Aliança Brasileira pelo Clima, que congrega 14 entidades brasileiras que representam a agricultura, florestas plantadas e a bioenergia, entre elas a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica).
? Nosso país é o que mais produz etanol com eficiência, devido ao clima favorável e por dominarmos a técnica de produção. Para cada oito unidades de energia de etanol produzidas, utilizamos apenas uma de energia fóssil, o que está contribuindo para a redução das emissões de CO2 ? afirmou o governador Serra durante o evento, que ocorreu no Pavilhão da Delegação Brasileira na COP15.
Para o ministro Minc, é importantíssimo esse processo de substituição da queima de combustíveis fósseis pela utilização de fontes de energia renovável, como o etanol.
? Nós dominamos a técnica de produção e investimos muito em sua
Tecnologia ? avaliou.
A senadora Marina Silva não tinha participação confirmada, mas surpreendeu os organizadores ao chegar ao local e foi convidada a se manifestar. Ela destacou a questão das metas a serem desenhadas em Copenhague:
? Os países em desenvolvimento não podem ficar criando resistência quando é discutido o fundo internacional para o meio-ambiente. Precisamos de ajuda, mas temos que agir antes, liderar pelo exemplo ? disse Marina.
Aliança
O presidente da Unica, Marcos Jank, que juntamente com as outras entidades participou da elaboração do documento de posicionamento da Aliança Brasileira pelo Clima citou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que não contabiliza o impacto gerado pela produção e uso do etanol em larga escala no Brasil na redução das emissões de CO2.
? A Unica avalia que o etanol ficou fora dos mecanismos de incentivo do Protocolo de Kyoto, como o MDL, e que esses erros devem ser revistos ? enfatizou Jank.
Quando o mundo usa etanol, explica o dirigente, além de carbono, está economizando US$ 0,20 por litro que teriam que ser investidos em outras formas de reduzir a emissão de CO2.
? E ninguém paga nada por isto, muito ao contrário, cobram altas tarifas de importação pelo nosso produto ? explicou.
Jank lembrou que a redução de emissões graças à produção e uso do etanol no Brasil, apenas desde a criação do conceito de MDL, corresponde a 60% de todos os créditos gerados por esse mecanismo. Contudo, o país não recebe qualquer crédito pelo fato de a utilização do etanol ser uma iniciativa pré-existente. Isto, para o presidente da Unica, caracteriza uma completa distorção.