– Nós não temos este lastro para termos o Real tão valorizado frente a 30 moedas no mundo. Mundo onde nós temos negócios e o Brasil saiu perdendo. E quando você tem renda, você pode repassar para a cadeia, desde o produtor de insumos, o integrado e para as indústrias, que está fechando o ano no vermelho – ressalta.
Turra afirma que a manutenção dos volumes embarcados se deve à abertura de novos mercados. Só em 2009, foram 24 novos países que compraram o frango brasileiro, 10% da demanda total. Segundo ele, estes novos mercados cobriram a retração de outros países, como a Rússia, Japão, Venezuela e União Europeia. Mesmo assim, o presidente da Abef ainda reclama das barreiras impostas por muitos importadores.
– A União Europeia foi um caso. Repentinamente houve aumento de tarifas nas cotas, mais tarifas, cotas extras que são impossíveis de pagar. E países que abrimos mercados, como a Índia, não conseguimos vender porque a tarifa de lá é de 100%. Se você exporta mil toneladas, você vai dar mil toneladas adicionais para o tesouro da Índia, e isso é impraticável.
Para Turra, o grande destaque do ano foi a abertura do mercado chinês, que evoluiu nas compras no final do ano. Para 2010, a meta é perseguir novos compradores, como México, Indonésia, Malásia, Paquistão e Nigéria. Também são alvo dos brasileiros 20 pequenos mercados para incrementar os negócios.
O presidente da Abef informa que a cadeia produtiva está buscando junto ao governo federal a desoneração de Pis e Cofins para o setor, como ocorreu com a cadeia bovina. Para ele, é difícil manter um trabalho com linhas diferentes, onde o boi está desonerado e o frango com tributos elevados. Mas Turra destaca a conquista da medida do governo relacionada ao drawback verde-amarelo, que é a isenção de tributos que são usados para insumos que servem de ração.
– Para sermos competitivos, não dá para vendermos imposto lá fora, pois o consumidor paga pelo produto – acredita.