Um grupo com vinte e cinco representantes de seis países- Vietnã, Bangladesh, China, Turquia, Colômbia e Indonésia – foram convidados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para visitar os três maiores estados produtores da pluma no Brasil, Bahia, Goiás e Mato Grosso, até sábado, 1º de setembro. Os representantes integram a Missão Compradores deste ano, iniciativa realizada há quatro anos pela associação para apresentar ao mercado global a alta produtividade e práticas sustentáveis do algodão brasileiro. Nesta edição, a expedição ocorre em meio à colheita da safra 2017/2018, já considerada um recorde de produção, que deve fechar a 2,015 milhões de toneladas de algodão em pluma, segundo a Abrapa.
A programação inclui visita às lavouras, usinas de beneficiamento (algodoeiras), laboratórios de classificação de algodão e fiação. Em Brasília, uma das paradas é o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Os países de onde vêm os participantes estão entre os maiores compradores do algodão brasileiro, escolhidos juntamente a cinco tradings que fazem a intermediação dos negócios: Ecom, Reinhart, Cofco, Louis Dreyfus e Cargill. Os integrantes são empresários e executivos de grandes indústrias têxteis.
“É uma ação comercial e diplomática que tem se mostrado muito eficaz, porque não tem propaganda melhor do nosso algodão do que trazer o comprador para conferir in loco como ele é produzido”, disse o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, lembrando que, nesta safra, 2017/18, o Brasil galgou novo patamar no ranking dos maiores exportadores mundiais da commodity, alcançando o terceiro lugar, que antes era ocupado pela Austrália, atrás apenas de Estados Unidos e Índia.
Ao passar pela Bahia, Márcio Kitabayashi, da trading Cofco, disse que a visita é importante para que os compradores possam conhecer o nível de tecnologia empregado na produção de algodão e os projetos desenvolvidos pelos agricultores por meio das associações. “Embora a qualidade seja o principal fator na compra, vem aumentando o interesse pelo algodão de propriedades que conquistaram o selo de certificação internacional que comprova para o mercado consumidor as práticas sustentáveis na produção agrícola”, afirma Kitabayashi, conforme nota divulgada pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
Em Goiás, Tom Phan, represente de indústria de fiação do Vietnã, disse que já teve uma experiência com um carregamento de algodão brasileiro em que faltava padronização na qualidade. “Esta missão serviu para vermos os esforços do Brasil para reconquistar a confiança dos mercados. Já voltamos a comprar do Brasil e estamos crescendo a demanda aos poucos”, disse Phan, em nota divulgada pela Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agopa).