– Até novembro, a queda foi de 25% em valor em dólar e 12% de volume em toneladas. Foi uma queda razoável. Esperamos fechar o ano com uma exportação de US$ 4,5 bilhões contra uma exportação de US$ 5,3 bilhões em 2008 – informa.
Além disso, Cançado salienta que algumas questões no ponto de vista ambiental e social também atrapalharam o setor. Mas a limitação da Cota Hilton pela União Europeia também traz dificuldades para os exportadores de carne. Para ele, a taxa é a mais elevada do mundo.
– Nenhum outro país sofre tantas auditorias e imposições de um bloco, como o da Europa, para ter seu produto no mercado à disposição do consumidor. Botsuana, por exemplo, que foi erradicada de febre aftosa este ano, pode importar para a União Europeia sem nenhuma regra, sem nenhuma imposição a mais do que o Brasil – afirma o dirigente.
Cançado enfatiza que o Brasil é o único país que tem que fazer certificações de fazendas em três etapas, onde a certificadora, o ministério e a União Europeia têm que dar o aval se permite ou não a exportação. Segundo ele, o Brasil sofre uma discriminação em relação a outros mercados, e por isso não consegue cumprir a sua Cota Hilton, que é fundamental para a formação de preço dos frigoríficos e pecuaristas. O diretor da Abiec acredita que, muitas vezes, algumas barreiras comerciais são disfarçadas de barreiras sanitárias para eliminar a competição.
– Com esta competição, eles tendem a tornar o acesso do nosso produto mais difícil a Europa. Ao controlar este acesso eles diminuem a concorrência e continuam subsidiando seus produtores e continuam com uma carne que nem é de tanta qualidade e com indústrias ineficientes.
O objetivo, de acordo com Cançado, é manter a abertura e reabertura de novos mercados, como foi em 2009. Ele cita a reconquista das exportações para o Chile, assim como a manutenção dos Estados Unidos e as exportações para o mercado asiático, em países como Coreia, Japão e China. Sobre os chineses, o executivo da Abiec espera que haja uma desburocratização do processo de exportação.
– Temos que ampliar o nosso mercado na China, que já é aberto, mas é controlado pelo governo, que emite as licenças de importação. Esperamos que estas exportações sejam com licenças automáticas, sem a intervenção governamental.