O mercado não alterou seu cenário de negócios nesta quinta-feira, dia 13, mantendo um ritmo lento na comercialização. As atenções estiveram voltadas para o novo salto no dólar para patamar recorde, o que pode alterar o quadro no mercado nacional.
No geral, a semana foi de preços em queda, aponta Lessandro Carvalho, da Safras & Mercado. Segundo ele, não houveram grandes quedas, mas o movimento vem de forma gradual, com cotações entre estáveis e mais baixas no decorrer do período. O destaque fica com os recuos registrados em São Paulo, nos últimos dias.
“A oferta vai crescendo, com os produtores disponibilizando mais milho para venda, por necessidade de caixa. É época de preparo para o custeio da próxima safra de verão, e assim, pouco a pouco, as cotações vão cedendo”, explica Carvalho. Ele diz que o movimento pode se acentuar com mais milho sendo disponibilizado nas principais praças produtoras.
Outra recomendação é que o produtor se atente à volatilidade do câmbio, que afeta diretamente os preços nos portos e repercute no milho disponível.
Mercado externo
A Bolsa de de Chicago (CBOT) para o grão fechou com preços mais baixos. O mercado estendeu as perdas de quarta, diante do relatório baixista de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os preços estão próximos do pior patamar em dois meses.
Milho no mercado físico – saca de 60 kg
- Rio Grande do Sul: R$ 43
- Paraná: R$ 37
- Campinas (SP): R$ 41,50
- Mato Grosso: R$ 28
- Porto de Santos (SP): R$ 41,50
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 40,50
- São Francisco do Sul (SC): R$ 40,50
- Veja o preço do milho em outras regiões
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
- Dezembro/2018: US$ 3,50 (-2 cents)
- Março/2019: US$ 3,62 (-2,25 cents)
Soja
Os preços da soja apresentaram alta nas principais praças brasileiras. A firmeza do dólar favoreceu a valorização dos prêmios. Foram negociadas aproximadamente 300 mil toneladas no sul do país. Na Bahia, cerca de 30 mil toneladas foram movimentadas. Além disso, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais negociaram cerca de 10 mil toneladas, cada.
Chicago
Os contratos futuros negociados na CBOT fecharam com preços em baixa. No início do dia, o mercado tentou se firmar no território positivo, mas não se sustentou e recuou. Pesou negativamente o relatório oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na quarta. Tanto os estoques norte-americanos como os mundiais foram elevados acima do esperado.
Soja no mercado físico – saca de 60 kg
- Passo Fundo (RS): R$ 89
- Cascavel (PR): R$ 91,50
- Rondonópolis (MT): R$ 80,50
- Dourados (MS): R$ 84
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 98,50
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 96
- Porto de Santos (SP): R$ 96
- Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 96,50
- Confira mais cotações
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel
- Novembro/2018: US$ 8,33 (-6,75 cents)
- Janeiro/2019: US$ 8,47 (-6,50 cents)
Nos subprodutos, a posição outubro do farelo fechou com recuo de US$ 3,40 (-1,07%), sendo negociada a US$ 312,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em outubro fecharam a 27,52 centavos de dólar, com baixa de 0,20 centavo ou -0,72%.
Boi
A alta da cotação da arroba do boi gordo continua. Segundo a Scot Consultoria, houve valorização em cinco praças.
No norte de Minas Gerais, desde do início do mês, a elevação da cotação da arroba foi de 3,1% e está em R$ 147,50, a prazo, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
Na região de Goiânia (GO), o aumento foi de R$ 1 por arroba na comparação diária, acréscimo de 0,7%. Em São Paulo, o preço se manteve estável frente ao fechamento do dia anterior, e as escalas de abate atendem no máximo cinco dias.
A cotação da carne bovina com osso também continua subindo, o boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,94 o quilo, uma alta de 0,3% na comparação diária.
Boi gordo no mercado físico – arroba à vista
- Araçatuba (SP): R$ 149
- Triângulo Mineiro (MG): R$ 145
- Goiânia (GO): R$ 138
- Dourados (MS): R$ 142,50
- Mato Grosso: R$ 128 a R$ 132
- Marabá (PA): R$ 136
- Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,35 (kg)
- Paraná (noroeste): R$ 148
- Sul (TO): R$ 133,50
- Veja a cotação na sua região
Café
Internamente, a cultura teve um dia de preços pouco alterados. A queda do arábica na Bolsa de Nova York foi compensada pela subida do dólar. A quinta foi apenas de negociações pontuais de cooperativas, até porque os produtores seguiram bem retraídos.
Nova York
A bolsa norte-americana para o arábica encerrou as operações com preços mais baixos. Após a boa subida da quarta-feira, NY voltou ao terreno negativo refletindo os fundamentos baixistas, em temporada de ampla oferta global.
Segundo o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach, depois de assimilar a safra recorde do Brasil, a demanda volta agora os holofotes para outras importantes origens. “A partir de outubro começa a entrar no mercado café novo na Colômbia, Centrais e Vietnã. Sem receio com o abastecimento futuro, muitas indústrias mundiais continuam se desfazendo lentamente dos estoques, que acumularam em temporadas passadas”, destaca.
Além disso, o dólar demonstrou firmeza contra o real no Brasil nesta data, fator negativo para as cotações em NY. A queda do petróleo no dia fechou o cenário baixista para o arábica. Tecnicamente, entretanto, a bolsa manteve o suporte em US$ 1 a libra-peso, não rompendo esse patamar para o contrato dezembro.
Londres
As operações do conilon na bolsa inglesa fecharam com baixas nas cotações, que acompanharam o dia de desvalorização do arábica. A queda do petróleo também colaborou para a pressão.
As indicações de ampla oferta global seguem como fundamento baixista para as bolsas futuras de café.
Café no mercado físico – saca de 60 kg
- Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 420 a R$ 425
- Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 425 a R$ 430
- Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 355 a R$ 360
- Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 317
- Confira mais cotações
Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso
- Dezembro/2018: 100,65 (-1,45 cents)
- Março/2019: 104,05 (-1,45 cents)
Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada
- Novembro/2018: US$ 1.500 (-US$ 16)
- Janeiro/2019: US$1.508 (-US$ 13)
Dólar e Ibovespa
O dólar encerrou o pregão próximo dos R$ 4,20, no maior patamar desde a criação do Plano Real. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,21%, cotada a R$ 4,1957 para venda, superando o teto de R$ 4,1655 de janeiro de 2016.
No acumulado do mês, o dólar já apresenta valorização de 3,03% em relação ao real. O Banco Central segue com a política tradicional de swaps cambiais, sem efetuar na semana nenhum leilão extraordinário de venda futura de dólares, como fez há cerca de 15 dias para conter a valorização da moeda norte-americana.
O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), terminou o dia em baixa de 0,58%, com 74.686 pontos.
Previsão do tempo para sexta-feira, dia 14
Sul
A chuva continua na sexta-feira, dia 14, e no fim de semana, com maior intensidade no norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Há risco para novas tempestades, com descargas elétricas e rajadas de vento.
É importante ressaltar que, mesmo com a chuva, as temperaturas não caem muito e não há sensação de frio intenso em nenhuma das regiões.
Sudeste
O tempo segue bastante instável em São Paulo e no sul de Minas Gerais. A chuva atinge o Triângulo Mineiro além do noroeste paulista, de forma mais rápida e isolada.
Há risco para novos temporais, especialmente na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. No Rio de Janeiro, chove no final da tarde de maneira intensa.
Centro-Oeste
A condição para chuva aparece em grande parte da região, incluindo oeste do Mato Grosso, sul de Goiás e em todo o Estado do Mato Grosso do Sul.
Somente no centro e norte de Goiás é que o tempo continua seco e com condição para os municípios continuarem com umidade relativa baixa.
Nordeste
As chuvas mais persistentes atingem o Recôncavo Baiano. Nas demais áreas, o sol predomina, com chuvas rápidas apenas no Maranhão e no litoral entre a Bahia e o Rio Grande do Norte.
Norte
A previsão é de pancadas de chuva espalhadas pela região na sexta-feira e também no fim de semana.
O Tocantins segue de fora. Não há previsão de chuva no estado pelo menos até o dia 25 de setembro.