Com esse diagnóstico, podemos definir os aspectos a serem desenvolvidos junto aos produtores familiares, para ajudar a inseri-los no mercado formal, principalmente nos aspectos sanitário, ambiental, trabalhista e fiscal, explica a coordenadora da pesquisa, Cristina Maria Linhares. Segundo ela, os objetivos do levantamento foi justamente levantar a realidade da agroindústria artesanal mineira e orientar as políticas públicas voltadas para esse setor.
O documento, em forma de cartilha a ser distribuída a extensionistas rurais e lideranças agropecuárias, deverá servir como um instrumento de auxílio para mapeamento das oportunidades de negócio para os agricultores familiares.
Será como uma ferramenta para melhor qualificação das ações, afirma
Cristina, que informa ainda haver cerca de 15 mil agroindústrias familiares de alimentos estabelecidas em Minas Gerais.
Outro ponto importante levantado, segundo a coordenadora da Emater-MG, é que 72% dos estabelecimentos pesquisados são empreendimentos familiares individuais, enquanto apenas 17% são administrados por associações de produtores apenas 1% pertencem a cooperativas. O ideal é ampliar a participação da gestão coletiva no setor, afirma Cristina.
No quesito matérias-primas, 85,8% dos produtos processados derivam do leite, a cana-de-açúcar e de vegetais. Os derivados de mandioca estão em quarto lugar, com 19,4%. Entretanto, o processamento de mandioca é o que emprega maior número de pessoas, ressalta a coordenadora Cristina Linhares.
No levantamento sobre o cenário da produção de artesanato, foi constatado que a atividade ocupa em sua maioria mulheres, sendo as áreas de têxtil, de madeira e fibra as que apresentam maior destaque. Um ponto a ser ressaltado é que apenas 30% dos artesãos extraem a própria matéria-prima, enquanto 61% compram de outros produtores, o que em tese aumenta seus custos de produção. Foram pesquisados 1.112 artesãos, de 426 municípios de Minas Gerais.