Frango: exportação da carne cai 20% no segundo trimestre de 2018

Além disso, os preços globais de aves no segundo trimestre também apresentaram queda de 5% para o frango inteiro e de 10% para os cortes de coxas

Foto: Cidasc

O mercado global de carne de frango têm apresentado um bom desempenho no segundo semestre de 2018, segundo apontou o relatório trimestral divulgado pelo Rabobank.

Mas apesar do bom resultado, o comércio mundial continua sendo desafiado pela volatilidade do Brasil, em meio à uma série de dificuldades, como as restrições de alguns mercados e o cenário de um mercado interno enfraquecido, impacto causado pela greve dos caminhoneiros e alta nos preços dos alimentos domésticos.

Essa combinação de fatores fez com que as exportações de carne de frango do Brasil recuassem 20% no segundo trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o banco, os preços globais de aves no segundo trimestre tiveram uma queda de 5% para o frango inteiro e de 10% para os cortes de coxas, influenciadas pelas oscilações de oferta e no preço das exportações, mesmo o Brasil sendo  o maior exportador de frango.

Ainda de acordo com  o banco, com as dificuldades registradas pelo Brasil, outros países acabaram se beneficiando. A Ucrânia exportou 155 mil toneladas no primeiro semestre e os preços tiveram um aumento de 15%. A Tailândia conseguiu  ampliar suas exportações, no mesmo período, em 11%.

O Rabobank acredita que o Brasil deva registrar uma queda de 1% a 2% na produção ao longo do ano, volume que ainda deixa o mercado interno bastante ofertado e dependente de bons volumes de exportações.

No cenário global, o banco afirma que há preocupações com os surtos de influenza aviária, com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, e, também, com os surtos de Peste Suína Africana na China. A doença poderia elevar a oferta de carne suína no mercado, derrubando os preços e diminuindo a concorrência com a carne de frango no segundo semestre.

Em 2019, por outro lado, segundo a entidade, poderia haver um cenário de escassez de oferta de carne suína, com uma elevação dos preços internos, o que poderia favorecer a demanda por carne de aves. Também haveria a possibilidade da China vir a ter de comprar maiores volumes de carne suína no mercado internacional, o que contribuiria para um aumento de preços dessa proteína no cenário global, favorecendo, de forma indireta, o mercado de aves também.