Favorecidas pelo clima, que vem ajudando seu desenvolvimento, pragas como carrapatos, mosca-do-chifre e berne começam a ganhar espaço nas fazendas, o que deve exigir cuidados redobrados dos produtores, segundo Fábio Schlick, assistente técnico da Emater de Bagé.
? Naturalmente, a presença desses parasitas aumenta no verão. Mas, como neste ano o tempo está muito úmido e quente, os ataques vêm crescendo ? explica Schlick.
A disseminação também é impulsionada pela repetição de chuva forte, que acaba lavando a pele dos animais, reduzindo a concentração de substâncias aplicadas para proteger o gado. E o tempo quente também beneficia a propagação de vermes gastrointestinais entre os animais, de acordo com técnico. Com o solo úmido, as larvas permanecem mais tempo vivas no chão, o que aumenta a chance de serem ingeridas pelos animais.
Ao provocar doenças e desconforto no gado, os parasitas também trazem prejuízos aos pecuaristas. A produção é afetada porque os animais, estressados e enfraquecidos, perdem peso, produzem menos leite e, no caso das fêmeas, podem deixar de entrar no cio.
Para prevenir mais perdas, os especialistas recomendam que os produtores reforcem a vigilância sobre a saúde dos rebanhos, principalmente os de corte, que normalmente não sofrem manejo diário como os de leite.
? O ideal é o produtor estar atento aos sintomas e exercer o controle o ano inteiro ? acrescenta José Piva Lobato, professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que também defende a escolha de animais geneticamente mais resistentes aos parasitas.