A dívida do Frigoestrela sujeita à recuperação totaliza R$ 188 milhões, sendo a maior parte com pecuaristas (R$ 70 milhões) e bancos (66 milhões). O plano estabelece carência de 30 meses para o pagamento aos credores, com exceção dos trabalhistas e dos produtores que continuaram fornecendo bois para o frigorífico desde o pedido de recuperação judicial, apresentado em novembro de 2008, e com créditos de até R$ 50 mil.
Os pecuaristas que se enquadram nesse perfil, segundo Andrade, vão começar a receber em seis meses. Os credores trabalhistas, por sua vez, receberão em 24 meses e, segundo o controller, cinco parcelas já foram pagas, conforme estabelecido em acordo sindical.
Os demais credores, além de serem submetidos à carência de 30 meses, receberão em um prazo de 12 anos, em parcelas semestrais, iguais e sem correção monetária. O plano sofreu resistência dos credores com garantia real, obtendo aprovação de apenas 37% dos que se encaixam nessa categoria.
A totalidade dos trabalhistas e 69% dos quirografários deram aval positivo ao plano. Como menos da metade dos credores com garantia real aprovaram o plano, ele deverá ser homologado pelo juiz responsável pelo caso.
O Frigoestrela, de propriedade do deputado federal Vadão Gomes (PP-SP), pediu recuperação judicial em 14 de novembro de 2008. O primeiro plano de recuperação apresentado pela companhia não foi bem recebido pelos credores e, em dezembro do ano passado, o frigorífico apresentou uma nova proposta em assembleia, que foi suspensa para que os credores pudessem avaliar suas condições. Nesta sexta, ele foi finalmente aprovado.
O Frigoestrela tem duas unidades de abate de bovinos em Estrela d’Oeste (SP), uma de suínos em Tupã (SP) e uma fábrica de embutidos também em Estrela d’Oeste, além de dois centros de distribuição em Valinhos (SP) e Cotia (SP). Todas as unidades estão operando, com utilização da capacidade entre 50% e 70%, segundo o controller.