Há mais de um ano, a reclamação é a mesma: o preço pago pela saca do milho mal cobre os custos de produção.
? Não estamos conseguindo vender no preço mínimo. Mais um ano que o produtor vai penar, com certeza, com o milho. A não ser que o câmbio melhore e que consiga exportar a nossa produção ? diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), João Carlos Werlang.
Embora o dólar esteja em alta, passando da marca de R$ 1,80, o excesso de produto no mercado pode comprometer ainda mais a rentabilidade do setor.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma safra de milho de quase 50,5 milhões de toneladas, apenas 500 mil a menos que no ano passado. Este resultado, associado a uma colheita recorde nos Estados Unidos, pode pressionar ainda mais o preço do milho, o que é motivo de preocupação entre os produtores.
Isso sem contar o estoque de passagem: o país armazena mais de 11 milhões de toneladas do grão. Para amenizar o prejuízo dos produtores, o governo reajustou os preços mínimos.
Nesta safra, nas regiões Sul e Sudeste, em Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal, o valor passou de R$ 16,50 para R$ 17,46. Em Mato Grosso, subiu para R$ 13,98. E no Nordeste, a partir de julho, chegará a R$ 20,10.
Se for necessário, a Conab vai aumentar o apoio à comercialização. Mas a grande quantidade de milho no mercado ainda não é tratada como um problema.
? Sem dúvida, ele pressiona os preços, mas nós temos que saber que o Brasil é o celeiro do mundo. No Brasil, esses 10 ou 11 milhões de toneladas significam praticamente dois meses de consumo. Isso não é tanto. Até observando o aspecto de segurança alimentar ? afirma o superintendente de Gestão e Ofertas da Conab, Carlos Eduardo Tavarez.