O desempenho da indústria automotiva piorou no primeiro mês de 2010, mas a Anfavea considerou bom o resultado. Isto porque nos últimos 10 anos, janeiro é um mês de redução nas vendas, principalmente dos chamados veículos leves. A queda neste segmento chegou a 28,2%.
Nas máquinas agrícolas, as vendas (-16%), a produção (-5,2%) e as exportações (-43,3%) caíram em relação a dezembro. Entretanto, na comparação com janeiro do ano passado, que era o auge da crise, o cenário é de recuperação, com alta de 48,9% nas vendas, 25,5% na produção e 6,2% na exportação.
O crescimento previsto de 1% nas vendas para este ano representam 600 máquinas a mais que em 2009. Na produção, a estimativa é semelhante: de 1,2% de aumento, o que significa 800 unidades a mais. Para a associação, não vai dar para crescer mais porque algumas medidas que facilitam o crédito, como o Finame PSI, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), devem terminar no meio do ano.
? O setor agrícola depende muito da condição de crédito. Nós projetamos um crescimento tendo em vista as condições de crédito que hoje nós vimos que estão definidas até junho. Se essas condições se estenderem e forem adiante no ano, claro que esses números podem mudar ? disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.
Se janeiro não foi muito bom para os tratores, o mesmo não se pode dizer dos caminhões. O segmento teve o melhor mês de janeiro da história da indústria automobilística, tanto em vendas, quanto em produção. Nos dois casos o crescimento foi próximo de 60% em relação a janeiro de 2009.
? A venda de caminhões é uma venda técnica. Você só compra quando tem uma perspectiva boa de que vai ter frete. As condições gerais da economia, aumento do PIB e investimentos em infra-estrutura estão levando a um crescimento específico do mercado de caminhões ? acrescentou Jackson.
Para os automóveis, a Anfavea não arrisca números, mas avalia que a expectativa é aumentar as vendas entre fevereiro e março. Já a partir de abril, o mercado deve passar por um ajuste devido ao fim da redução do IPI, que está previsto para 31 de março.