IBGE estima safra de grãos 7,2% maior que a de 2009

Paraná retoma a posição de maior produtor nacional de grãos, superando o Mato GrossoA safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 143,4 milhões de toneladas em 2010, 7,2% maior que a obtida em 2009 (133,8 milhões de toneladas) e 1,9% acima do terceiro prognóstico, de dezembro (140,7 milhões de toneladas). É o que aponta a primeira estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), de janeiro. A área a ser colhida, de 48,1 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 2,1% em relação a 2009, que foi de 47,2 milhões de hectares.

A safra esperada para 2010 tem a seguinte distribuição regional: região Sul, 59,4 milhões de toneladas (+13,3%); Centro-Oeste, 49,8 milhões de toneladas (+2,1%); Sudeste, 16,5 milhões de toneladas (+2,1%); Nordeste, 13,9 milhões de toneladas (+19,3 %) e Norte, 3,9 milhões de toneladas (+1,7%). Na primeira avaliação para 2010, o Paraná retoma a posição de maior produtor nacional de grãos, superando o Mato Grosso em 0,6 pontos percentuais.

No levantamento de janeiro, destacam-se as estimativas de seis produtos: algodão herbáceo (em caroço), arroz (em casca), café (em grão), feijão (em grão) primeira safra, milho (em grão) primeira safra e soja (em grão).

A primeira estimativa da produção de algodão herbáceo em caroço para 2010 é de três milhões de toneladas, acréscimo de 2,1% sobre as 2,9 milhões de toneladas obtidas em 2009. Embora tenha havido diminuição de 1% da área plantada, consequência do desestímulo dos produtores face aos altos custos de produção, dificuldades de financiamentos e baixas cotações da pluma, a produção está acrescida pela perspectiva de obtenção de rendimento 2,8% superior ao registrado em 2009.

A produção esperada de arroz é de 12 milhões de toneladas, 5,2% aquém da registrada em 2009. Tal quadro já fora apontado por ocasião dos primeiros prognósticos realizados no final de 2009. O Rio Grande do Sul, principal produtor (60,8% da produção nacional), apresenta queda de 8,1% na produção esperada e 2,9% na área, em função do excesso de chuvas que atrasou a semeadura, determinou a perda total de áreas em função do encharcamento das lavouras na região da Depressão Central do Estado, além de uma menor incidência de luz, que em conjunto resultaram numa estimativa de queda no rendimento médio de 5,4%, em relação a 2009.

A estimativa de janeiro é de mais 2,8 milhões de toneladas ou 46,8 milhões de sacas de 60 quilos de grãos beneficiados, 15,3% a mais que o obtido em 2009. A área destinada à colheita é de 2,1 milhões de hectares, apenas 0,2% superior ao ano passado. A área total ocupada com a cultura no país decresce 1,0%, constatação verificada em Minas Gerais, Rondônia, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro. O rendimento médio esperado é 1,31 quilos por hectare, 15% maior que o obtido em 2009. O acréscimo previsto na produção, em relação à safra colhida em 2009, é consequência, principalmente, da particularidade que apresenta o café arábica, espécie predominante no país (70%), de alternar anos de altas e baixas produtividades.

Para o feijão primeira safra, aguarda-se produção de cerca de dois milhões de toneladas, 23,1% maior que a obtida em 2009 (1,6 milhão de toneladas). A área plantada ou a plantar é de 2,4 milhões de hectares, 0,5% inferior à de 2009. Como se observa, nesse novo levantamento, mantém-se uma pequena retração na área, tendo em vista que os preços, por ocasião da implantação dessa safra, não estavam em patamares elevados.

A estimativa para o milho primeira safra é de produção de 33,4 milhões de toneladas, 1,3% abaixo da obtida em 2009. A queda é resultado da retração de 9,7% na área total plantada. No Paraná, maior produtor nacional (18,8% de participação), a redução na área plantada é de 30,1%.

A produção esperada de 66,1 milhões de toneladas de soja em 2010 apresenta variação positiva de 16% em comparação ao obtido em 2009. A área a ser colhida apresenta crescimento de 6%, e o rendimento médio esperado acréscimo de 9,4% (respectivamente, 23 milhões de hectares e 2,871 quilos por hectare). A cultura ocupou áreas antes exploradas com o milho e, em menor escala, com o algodão e o arroz, devido às maiores cotações e liquidez da soja. No Mato Grosso, maior produtor nacional (28,7% de participação), as condições climáticas são bastante favoráveis e, até o momento, o excesso de chuva não afeta a colheita ? que já ocorre desde o final de dezembro.

Dentre os 25 selecionados, 14 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação a 2009: mamona em baga (+83,2%), feijão em grão primera safra (+23,1%), soja em grão (+16,0%), café em grão (+15,3%), cevada em grão (+11,8%), cebola (+10,5%), triticale em grão (+9,9%), trigo em grão (+9,4%), milho em grão 2ª safra (+4,8%), mandioca (+3,4%), laranja (+3,0%), algodão herbáceo em caroço (+2,1%), batata-inglesa 1ª safra (+1,0%) e cana-de-açúcar (+0,8%). Os 11 com variação negativa são: amendoim em casca segunda safra (-27,7%), feijão em grão terceira safra (-14,1%), amendoim em casca primeira safra (-10,8%), aveia em grão (-10,0%), batata-inglesa terceira safra (-6,1%), arroz em casca (-5,2%), cacau em amêndoa (-4,3%), sorgo em grão (-3,1%), feijão em grão segunda safra (-1,5%), milho em grão primeira safra (-1,3%) e batata-inglesa segunda safra (0,0%).

Para os cultivos de segunda e terceira safras de alguns produtos e para as culturas de inverno (trigo, aveia, centeio e cevada), ainda não se tem avaliação da produção, e os dados correspondem a projeções obtidas a partir das informações ocorridas em anos anteriores.