Exportações de arroz já superam recorde de 2008

No acumulado de 2009, crescimento foi de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anteriorO volume de exportações do Brasil, no acumulado de 2009, (de março do ano passado até janeiro de 2010) totalizou 866,3 mil toneladas, base casca, apresentando crescimento de 17,4%, sobre igual período do ano anterior.

Em janeiro, as exportações alcançaram 56,2 mil toneladas. O recorde alcançado de 789 mil toneladas em 2008 foi quebrado ainda faltando um mês para o fechamento do atual ano agrícola. O Rio Grande do Sul é responsável por 93% das exportações do país.

O volume do faturamento, com as vendas externas, caiu 14%, considerando o mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 267,5 milhões, contra US$ 311,6 de 2009, impactado principalmente pela redução dos preços internacionais do cereal e pelo câmbio, causador, inclusive, do fraco desempenho da Balança Comercial brasileira em 2009, com queda nos volumes exportados da maioria das commodities agrícolas.

O cenário internacional menos favorável, um quadro de oferta e demanda ajustado, com tendência de preços firmes no mercado interno e o câmbio desfavorável, inicialmente, inibiam qualquer posição mais otimista em relação ao montante das exportações. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), inclusive, no início do ano projetava apenas 400 mil toneladas para os embarques externos.

Entretanto, segundo o consultor de Mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Marco Aurélio Tavares, a organização e o foco da cadeia produtiva em exportar 10% da produção regional, a logística portuária favorável (para granéis e contêineres) que imprime um bom fator de competitividade aos embarques, a fidelização ao cliente, a condição geográfica favorável em relação ao continente africano, altamente demandador de arroz e principal cliente brasileiro e a qualidade do produto exportado permitiram a ampliação das vendas e a manutenção do país entre os 10 maiores exportadores do grão.

O arroz parboilizado cada vez mais apresenta destaque nas exportações brasileiras, representando mais de 80% das exportações do arroz beneficiado e 50% das exportações do ano, ocupando, um grande nicho mercadológico, atualmente mais competitivo que o arroz branco.

O principal destino é o Continente Africano, com destaque para Nigéria, Senegal, África do Sul e Benin, que deverão importar em torno de cinco milhões em 2010, e o Brasil com possibilidades de aumentar a participação (share) nestes importantes mercados. A expectativa do setor é de manter as exportações em torno de 10% da produção regional em 2010, em torno de 700 mil toneladas.

Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, o “Arroz do Sul do Brasil” tem se destacado no cenário mundial, pela sua qualidade e aceitação e por apresentar condições mercadológicas importantes, tais como: grão livre de transgênicos, boa aparência, alto teor de amilose (boa panela) e condição de re-cozimento e também, pelo uso de tecnologias limpas na lavoura (cultivo mínimo), obrigatoriedade de licença ambiental e estar direcionado para a sustentabilidade sócio-econômica e ambiental. As importações em janeiro atingiram 68,8 mil toneladas e no acumulado do ano totalizaram 812,4 mil toneladas, gerando ainda, um superávit na balança comercial do cereal no período em destaque.