Argentina restringe circulação de embarques entre território continental argentino e Ilhas Malvinas

Ação foi resposta ao iminente início da exploração pela Grã-Bretanha, de petróleo e gás na região do arquipélagoQuase três décadas após a Guerra das Malvinas, em 1982, uma medida da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, elevou a tensão entre o país latino-americano e a Grã-Bretanha. Cristina assinou nessa terça, dia 16, um decreto restringindo a circulação de embarcações entre o território continental argentino e o arquipélago, em resposta ao iminente início da exploração, pela Grã-Bretanha, de petróleo e gás na região das ilhas.

No início de janeiro, a Argentina protestou contra as atividades, que devem começar ainda neste semestre. Segundo o texto do decreto, a medida defende os interesses dos argentinos. O chefe de gabinete da Presidência, Aníbal Fernandez, afirmou que o texto obriga navios que transitam pelas águas territoriais da Argentina ou passarem pelos porto do país a pedirem permissão prévia caso pretendam se dirigir às Malvinas. A medida também engloba as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. Entre os argumentos de Cristina, estão os de que a Grã-Bretanha “ocupa ilegitimamente as ilhas” e de que “se nega a cumprir as resoluções das Nações Unidas sobre a retomada das negociações”.

Navio foi retido na semana passada pelos argentinos

Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha informou por nota que “a regulação das águas territoriais argentinas concerne às autoridades da Argentina e que não afetam as Falkland (como são chamadas pelos britânicos), que são controladas pelas autoridades das ilhas”.

De acordo com o jornal britânico The Times, Buenos Aires se enfureceu com a recusa britânica de interromper o processo de exploração petrolífera. Na semana passada, a Argentina deteve um navio de bandeira estrangeira, o Thor Leader, que teria sido utilizado para o abastecimento de material ligado às atividades de exploração de petróleo “promovidas ilegalmente pela Grã-Bretanha”.