Um dos resultados apontados por Miranda nas pesquisas com os contra partes do Serviço de Pesquisa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS-USDA) indica a possibilidade de se obter até 11 mil litros de etanol, por hectare, a partir da biomassa de capim-elefante e outras gramíneas forrageiras.
? Estes materiais (capins tais como capim-elefante, braquiárias, panicuns e árvores de crescimento rápido) poderiam ser alternativas competitivas e eficientes para locais onde não se pode cultivar cana-de-açúcar, tanto em áreas de cultura, de pastagens ou áreas marginais, seja de forma isolada ou consorciada, em sistema de integração lavoura-pecuária ou agrosilvipastoril ? explica César Miranda.
Cooperação e novos projetos
De acordo com Cesar Miranda da cooperação técnica entre Labex Estados Unidos e ARS, visando facilitar a integração de cientistas brasileiros e americanos nesse campo, com intercâmbio de pesquisadores e a realização de treinamentos, pelo menos dois projetos estão em desenvolvimento por Unidades da Embrapa.
Um deles trata da produção de biocombustíveis a partir de ilhas flutuantes de biomassa em planícies de inundação do Brasil: estudo de caso no Pantanal.
O objetivo seria o uso do excedente ambiental de biomassa aquática daquela região na geração de energia ? seja por meio da produção de etanol, biogás ou gás de síntese. Esse projeto envolve pesquisadores da Embrapa Agroenergia, Embrapa Pantanal, (GFBRU), em Lincoln, Nebraska.Departamentos de Física e de Tecnologia de Alimentos da Unicamp e Bioware Tecnologias, com a participação do Grain, Forrage and Bioenergy Research Unit
O outro projeto se refere a fontes alternativas de biomassa para produção sustentável de etanol a partir de materiais lignocelulósicos. A idéia é aproveitar a experiência americana para o desenvolvimento de tecnologia para avaliação direta do potencial de produção de resíduos de cana-de-açúcar, sorgo, milho e várias gramíneas forrageiras para o etanol de segunda geração, inclusive para uso em seleção de variedades específicas para bioenergia. O estudo envolve vários centros de pesquisa da Embrapa, além de universidades e equipes do DFBRU e do Fermentation Biotechnology Research Unit.