Ainda no auge da crise econômica, o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) decidiu colocar a Rodada Doha como um dos pilares da retomada e da reforma do sistema multilateral. Parte da inclusão ocorreu por insistência do governo brasileiro e a meta era concluir a negociação até o fim de 2010. Os negociadores estariam comprometidos em superar suas diferenças. Estados Unidos e Europa fariam concessões no setor agrícola e os países emergentes considerariam a abertura de seus mercados para bens industriais.
Mas nessa segunda, dia 22, uma reunião na OMC deixou claro que o projeto não tem apoio político.
? Estamos encalhados e as diferenças entre os governos são maiores hoje que no passado ? disse Fernando de Mateu, embaixador do México na OMC.
? Não há uma negociação real há quase dois anos e estamos à beira do abismo ? afirmou um delegado do Egito, em nome de todos os países árabes.
Para muitos, a culpa pelo fracasso é do governo americano. Washington pressiona Brasil, China e Índia por aberturas significativas de seus mercados, mas não diz o que está disposto a oferecer em troca. Diante do impasse, o acordo era de que, em março, ministros se reuniriam para determinar o que fazer com a rodada. Agora, a opção foi cancelar a viagem dos ministros. Apenas