Apesar do excesso de chuva na região, o engenheiro agrônomo especialista em fruticultura da Epagri de Urussanga, Emílio Della Bruna, explica que o bom resultado na qualidade e quantidade de ameixa se deu em razão de uma pausa na chuva durante a floração.
? Sem chuva durante uns três dias e sol forte já foi suficiente para as abelhas trabalharem nas flores e garantir a safra ? ressalta.
O reflexo está no pomar do fruticultor e vice-presidente da Associação dos Fruticultores das regiões Lagunar e Carbonífera, Fabrício Marangoni, 33 anos. A colheita do pomar no Bairro Armazém, em Urussanga, foi iniciada dia 20 de novembro e só termina 5 de janeiro. Uma parte do que já foi tirado dos pés está na triagem e já encaixotada para a venda.
Até o final da temporada, Marangoni vai colher 150 mil quilos de ameixa das variedades irati, reubennel, pluma 7 e amarelinha. O agricultor teve duas boas safras iguais na seqüência. Ambas foram favorecidas pelo tempo bom na floração.
? A chuva do final de novembro não prejudicou a lavoura. Agora, rezo para que não caia granizo e machuque as frutas até o final da colheita ? declara, apreensivo
Da produção nos 10 hectares, 60% são comercializadas em Santa Catarina e 40% em São Paulo. Com os bons resultados, a tendência seria Marangoni expandir a área plantada. Entretanto, o fruticultor se adiantou com novas mudas há dois anos e na próxima safra já terá a produção nos pomares aumentada.
Poucos admitem sofrer perdas
Enquanto a maioria dos fruticultores comemora a produção, em Linha Ferreira Ponte, município de Cocal do Sul, o produtor Ovídeo Dela Bruna, 40 anos, faz parte do pequeno grupo que se decepcionou com a produção de ameixas este ano.
Dela Bruna calcula um prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil. A queda de 40% na safra é resultado do excesso de chuva na floração, que aconteceu atrasada e sem eficiência.
? Vou colher, em quatro hectares, apenas 40 toneladas. São 30 toneladas a menos do que colhi em 2007, quando tive uma safra considerada normal ? lamenta.
De acordo com Dela Bruna, o problema acontece em razão do microclima diferente.
Por isso, não há como fazer cálculos para precaução. É preciso “contar com São Pedro”.
Mesmo com a safra deficiente, o fruticultor vai conseguir cobrir os custos de produção.
A perda em quantidade é compensada pela alta qualidade que brotou dos 1,6 mil pés cultivados.
Assim como os demais agricultores, Dela Bruna não foi prejudicado com a queda de granizo, que incidiu em algumas áreas próximas e que atingiu outras culturas.