Soja

Preço da soja nos portos atinge menor patamar desde agosto

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Os preços da soja nos portos brasileiros atingiram o menor patamar desde agosto, aponta a Safras & Mercado. O dólar voltou a cair e, desta vez, foi acompanhado pelos contratos futuros em Chicago. O mercado travou, com os produtores retraídos e optando por priorizar o plantio.

Chicago

Os contratos futuros encerram o dia perto das mínimas. Mais uma vez, o mercado buscou um melhor posicionamento frente ao relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quinta, 11. A expectativa é de números baixistas.

Completando o cenário de perdas, as inspeções semanais para embarques da semana ficaram abaixo do esperado, somando quase 570 mil toneladas, enquanto a aposta era de 700 mil toneladas.

O USDA deve elevar a sua estimativa para a safra 2018/2019 de soja dos Estados Unidos. Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o departamento indicará safra de 128,6,8 milhões de toneladas. No relatório anterior, a estimativa era de 127,7 milhões de toneladas. Já em 2017/18, a produção americana ficou em 119,5 milhões de toneladas.

Para os estoques finais americanos em 2018/2019, o mercado aposta em número de 23,4 milhões de toneladas, contra 22,99 milhões projetados no relatório de setembro.

Os estoques globais para 2017/2018 deverão ser cortados de 94,7 milhões para 95,4 milhões de toneladas. Para 2018/2019, a aposta é de um número próximo a 109,4 milhões, contra 108,3 milhões de toneladas do relatório de agosto.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

  • Passo Fundo (RS): R$ 86,50
  • Cascavel (PR): R$ 83,50
  • Rondonópolis (MT): R$ 76
  • Dourados (MS): R$ 81
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 90,50
  • Porto de Rio Grande (RS): R$ 91
  • Porto de Santos (SP): R$ 91
  • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 90,50
  • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

    • Novembro/2018: US$ 8,63 (-6,75 cents)
    • Janeiro/2019: US$ 8,76 (-6,25 cents) 

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com perda de US$ 0,70 (0,21%), sendo negociada a US$ 317,80 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 29,26 centavos de dólar, com baixa de 0,38 centavo ou 1,28%.


Boi gordo

As cotação da arroba do boi gordo caíram em dez praças pecuárias nesta terça, dia 9, de acordo com a Scot Consultoria. “Este cenário não era observado há um bom tempo. Pelo lado da demanda no mercado interno, o cenário de consumo calmo é o mesmo. Entretanto, o que ajuda a explicar esta pressão sobre as cotações é a oferta de gado e as exportações”, explica a empresa.

Mesmo com a menor atratividade do confinamento, os animais do segundo giro começam a ser comercializados e isso gera um incremento na disponibilidade de gado.

Além disso, as oscilações do dólar impactam diretamente as margens das indústrias que exportam. Vale lembrar que a moeda norte-americana acumula queda de aproximadamente 7% desde o início do mês.

A carcaça de bovinos castrados fechou estável frente ao levantamento de segunda, dia 8, cotada em R$ 9,88 por quilo.

Varejo

Na ponta final da cadeia, os estoques mais ajustados e a melhora de venda típica de começo de mês trouxeram um ajuste positivo de 0,2% na média dos preços dos cortes da carne bovina vendidos no varejo do estado de São Paulo.

O cenário foi o mesmo para Minas Gerais, com variação positiva de 0,1%. No Paraná e no Rio de Janeiro as vendas foram mais tímidas e causaram queda de 0,05% e 0,3% nas cotações, respectivamente.

Para esta semana, a chegada do feriado (12 de outubro) traz expectativas positivas quanto ao aumento da demanda por carne e já com os salários na praça.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

      • Araçatuba (SP): R$ 150
      • Triângulo Mineiro (MG): R$ 144
      • Goiânia (GO): R$ 141
      • Dourados (MS): R$ 146,50
      • Mato Grosso: R$ 129,50 a R$ 133,50
      • Marabá (PA): R$ 136
      • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,50 (kg)
      • Paraná (noroeste): R$ 151
      • Sul (TO): R$ 138
      • Veja a cotação na sua região

Milho

O mercado brasileiro de milho manteve lento ritmo de negócios nesta terça-feira, com preços fracos. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, as negociações envolvendo a safrinha 2019 perderam fluidez em meio ao processo de valorização do real que marca essa semana.

“As negociações para o porto no mercado disponível também apresentam menor fluidez, com indicações cada vez mais baixas. Em diversos estados já é perceptível o avanço da oferta de milho. Enquanto isso, os principais consumidores do estado seguem indicando para um posicionamento confortável de seus estoques”, aponta Iglesias, fatores que acabam pressionando as cotações.

Mercado externo

O grão fechou com valores mais baixos na Bolsa de Chicago. Em uma sessão volátil, o mercado chegou a registrar ganhos na abertura da sessão eletrônica. A expectativa de que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) possa indicar uma safra cheia no país, contudo, voltou a pesar e pressionou as cotações. O relatório de oferta e demanda de outubro, que será divulgado no dia 11.

A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais é que a safra dos Estados Unidos em 2018/2019 possa atingir 14,851 bilhões de bushels, acima dos 14,827 bilhões de bushels indicados em setembro.

A expectativa é de que os estoques de passagem da safra 2018/2019 dos Estados Unidos sejam apontados em 1,932 bilhão de bushels, acima dos 1,774 bilhão de bushels estimados no relatório de setembro.

Os investidores repercutem ainda o relatório de inspeções de exportação de milho divulgado pelo USDA, que chegaram a 1.351.177 toneladas na semana encerrada no dia 4 de outubro. Na semana anterior, haviam atingido 1.377.263 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado foi de 582.248 toneladas.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 43
      • Paraná: R$ 34,50
      • Campinas (SP): R$ 38
      • Mato Grosso: R$ 26
      • Porto de Santos (SP): R$ 35,50
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 35,50
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 35,50
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

      • Dezembro/2018: US$ 3,64 (-2 cents)
      • Março/2019: US$ 3,76 (-2 cents)

Café

O mercado brasileiro de café teve uma terça-feira de preços firmes, de estáveis a mais altos. As cotações foram sustentadas pela boa valorização do arábica na Bolsa de Nova York e pelos ganhos do robusta em Londres. Entretanto, a queda do dólar limitou avanços, especialmente para grãos de melhor qualidade. O dia foi de poucos negócios.

Preços internacionais

A Bolsa de Nova York para o arábica encerrou novamente com forte alta nos preços. O mercado chegou a quatro sessões seguidas de ganhos, em mais um pregão de muita volatilidade. Fatores técnicos e o câmbio no Brasil determinaram mais um dia de maior movimentação na ponta compradora e a alta. A queda do dólar contra o real no Brasil determinou a alta.

Segundo o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach, o mercado segue volátil, mas buscando se consolidar acima de US$ 1,10 a libra-peso. Basicamente, o dólar em queda motivou a valorização, apontou. NY está se mantendo acima da média dos 100 períodos, o que deu solidez ao movimento de alta. A referência de 100 períodos e uma indicação de longo prazo, o que torna mais difícil a reversão para um campo mais baixista.

A Organização Internacional do Café (OIC) elevou nesta terça-feira, dia 9, sua estimativa para a produção mundial de café em 2017/2018, para 164,81 milhões de sacas de 60 kg, ante previsão anterior de 158,56 milhões de sacas.

O órgão intergovernamental agora projeta um superávit global de 2,58 milhões de sacas para a temporada, contra um déficit esperado anteriormente de 3,56 milhões de sacas. A OIC elevou sua estimativa para a produção de arábica em 2017/2018 para 101,82 milhões de sacas, de 97,16 milhões, e para o café de robusta para 62,99 milhões, ante 61,40 milhões de sacas.

Londres

Na bolsa inglesa, o robusta encerrou o dia com preços mais altos. Segundo traders, o mercado chegou a ter perdas em mais uma sessão volátil, mas acabou sendo sustentado por novas altas para o arábica na Bolsa de Nova York e pela queda do dólar em relação ao real no Brasil. Fatores técnicos voltaram a predominar.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

    • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 425 a R$ 430
    • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
    • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 360 a R$ 365
    • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 325 a R$ 328
    • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

      • Dezembro/2018: US$c 113,15 (+1,3 cents)
      • Março/2019: US$c 116,70 (+1,35 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

      • Novembro/2018: US$ 1.693 (+US$ 9)
      • Janeiro/2019: US$ 1.704 (+US$ 4)

Dólar e Ibovespa

A cotação da moeda norte-americana segue em queda registrando nesta terça, dia 9, um recuo de 1,47%, cotado a R$ 3,7107 para venda, o menor valor desde 3 de agosto. O dólar acumula uma queda de 8,09% no mês.

De acordo com a Safras & Mercado, a moeda foi influenciada pelo mercado externo, com ambiente mais positivo para as principais moedas de países emergentes e ainda com o cenário também positivo para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

“Além da aposta mais firme na vitória de Bolsonaro, essa possível equipe econômica, com nomes de executivos do mercado e do setor privado, agrada o mercado. Mas o cenário está aberto, não há nada definido”, comenta o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos.

Lá fora, a recuperação do rand sul-africano, em mais de 1%, da lira turca, rublo russo e do peso argentino ante o dólar corroboraram para a queda da moeda estrangeira frente ao real.

Segundo Campos, daqui para frente não deve continuar “tranquilo” como visto nesta segunda e terça. “O cenário de volatilidade deve voltar”, aposta.

A volatilidade citada pelo economista da Tendências pode ser impulsionada pela divulgação da primeira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno. Na quarta, dia 10, à noite, sai o levantamento do Datafolha. “O cenário está em aberto. Agora, é acompanhar as pesquisas e os debates que virão”, reforça. A campanha eleitoral na TV e no rádio começa na sexta.

O Banco Central seguiu com ofertas tradicionais de swaps cambial, sem realizar leilões extraordinários de venda da moeda norte-americana.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou o pregão de hoje estável (0%) com 86.087 pontos. Ontem, o índice fechou em alta de 4,6%, representando a maior alta desde 17 de março de 2016.


Previsão do tempo para quarta-feira, dia 10

SUL

Mais um dia marcado por temporal no oeste do Paraná. O volume de chuva previsto para áreas entre Cascavel e Marechal Cândido Rondon é elevado. Há risco novamente para queda de granizo na região.

A chuva também se espalha pelas demais áreas do Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, em forma de pancadas isoladas, mas sem previsão de grandes acumulados.

SUDESTE

A chuva ganha ainda mais intensidade no oeste de São Paulo. Há novamente risco para queda de granizo. Além disso, toda área de divisa com o Paraná tem possibilidade de receber maiores volumes de chuva no decorrer do dia.

Nas demais áreas do estado de São Paulo, centro e sul de Minas Gerais, também há condições de instabilidade, mas sem grande intensidade. À tarde faz calor em praticamente todo o Sudeste.

CENTRO-OESTE

As instabilidades associadas à baixa pressão no Paraguai novamente provocam chuva forte, volumosa e com risco de granizo no sul de Mato Grosso do Sul.

O calor e a umidade favorecem condição para pancada de chuva, de forma isolada, nas demais áreas da região. O calor persiste em todo o Centro-Oeste.

NORDESTE

O tempo seco persiste na maior parte do Nordeste, e os ventos úmidos do oceano ainda garantem algumas pancadas de chuva em áreas litorâneas, sem grandes acumulados. A temperatura segue elevada.

NORTE

Mais um dia de calor e tempo úmido em grande parte do Norte. Ainda há expectativa para pancada de chuva isolada em grande parte da região.