Estatal de fertilizantes é hipótese, não decisão, declara Edison Lobão

Se for confirmada a criação, governo estudará se a empresa atuará na produção ou apenas na coordenação da produçãoO ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta, dia 10, que o segmento de fertilizantes receberá um tratamento específico dentro do Código de Mineração.

O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do ministério, Claudio Scliar, acrescentou que o segmento será debatido separadamente. Lobão afirmou, no entanto, que a possibilidade de criação de uma estatal está ainda no campo das hipóteses.

? Não é uma decisão ? afirmou o ministro, acrescentando que o governo ainda chegará à conclusão sobre suas necessidades.

Se for confirmada a criação da estatal, o governo estudará então se a empresa atuará na produção ou apenas na coordenação da produção.

? O ministro (da Agricultura, Reinhold) Stephanes tem a preocupação, como eu, sobre a dependência agrícola da importação de fertilizantes ? disse Lobão.

Segundo ele, as importações de fertilizantes chegam a representar 65% das necessidades totais do país. Por isso, de acordo com Lobão, foi criada uma comissão interministerial para estudar a questão.

Ele não informou quando pretende entregar as propostas específicas sobre fertilizantes ao presidente Lula. Mais cedo, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou que terá audiência com o presidente no próximo dia 29 e que, na ocasião, discutirá o assunto.

Regras
O ministro de Minas e Energia afirmou que a mudança do Código de Mineração não representará alterações arbitrárias de regras.

? Ninguém vai estuprar ninguém. Vão se seguir as regras ? disse.

Lobão explicou que, apesar das possíveis mudanças, o governo não tomará nada de ninguém que esteja atuando dentro das regras.

Ele disse que agora haverá prazos para a concessão e que, até então, os contratos eram eternos porque faltava fiscalização. Segundo Lobão, com a entrada em vigor do novo código, a fiscalização por parte da agência reguladora será mais intensa. O ministro acrescentou que os detentores da concessão terão de cumprir nada menos do que as regras existentes no código atual e que apenas irão para a caducidade às concessionárias que não cumprirem as normas.

? Não somos contrários aos investidores. Somos favoráveis ? declarou.