Para incentivar o cafeicultor a optar pela entrega de café, algumas das principais cooperativas do Estado continuaram antecipando o pagamento dos valores correspondentes aos dois últimos exercícios (fevereiro e março). Embora os preços dos contratos (de R$ 311,70/saca e R$ 314,40/saca, respectivamente) sejam superiores aos praticados pelo mercado físico (entre R$ 275 a R$ 280/saca), as entidades avaliaram que, pela perda de confiança no cumprimento dos prazos estipulados pelo edital dos leilões, haveria risco de o produtor optar por vender o café no mercado.
? Se (a cooperativa) não tivesse feito o adiantamento, acredito que o produtor não exerceria ? disse Marlon Braga Petrus, gerente da comercialização da Cooperativa de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso). Em Três Pontas, o volume de café entregue pela cooperativa local (Cocatrel) no terceiro vencimento chegou a três mil sacas.
? Pouca gente exerceu. Ou porque perdeu a confiança de entregar café, assumir compromisso e não saber quando vai receber, ou porque a exigência dos padrões de qualidade do produto era tamanha que o produtor não tinha café para entregar ? afirmou o gerente de comercialização da entidade, Manoel Piedade.
A Cocatrel deverá entregar quatro mil sacas já nesta semana para o vencimento do último exercício.
De acordo com Piedade, falta estrutura para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acompanhar toda a documentação. Há ainda dificuldade em entregar café da safra passada nos parâmetros de qualidade exigidos, uma vez que as chuvas que atingiram as lavouras no ano passado prejudicaram o preparo do produto. No processo de entrega de café pelos produtores, algumas sacas chegaram a ser reprovadas na classificação.
A Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), que também antecipou o pagamento dos dois últimos vencimentos, informou que exerceu 100% dos contratos. Do volume total adquirido pelos cooperados, de 545 mil sacas, faltam 158 mil sacas que serão entregues neste mês.