Fabricantes ficam satisfeitos com redução do IPI para móveis

Empresários de polos moveleiros manifestam satisfação com equiparação da alíquota de IPI em 5% para móveis, estofados e painéisA redução definitiva do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para móveis e painéis de madeira trouxe alívio para os fabricantes. Após registrar queda de quase 10% na produção de móveis populares em 2009 devido à crise internacional, empresários avaliam que a medida contribuirá para a recuperação do setor.

Há mais de 10 anos, a alíquota do IPI estava fixada em 5% para móveis de madeira em geral. A mesma alíquota foi definida para móveis de cozinha em metal, há cerca de três anos. No caso de estofados, demais móveis em metal, chapas de madeira, MDF e MDP, os fabricantes arcavam com alíquota de 10% de IPI. Com a medida anunciada, o imposto será igual para todos os produtos do setor moveleiro e de painéis.

? Foi excelente para o setor. Era um antigo pleito nosso ? afirma José Luiz Diaz Fernandez, presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).

De acordo com entidade, 35% da cadeia produtiva de madeira e móveis são empresas produtoras de estofados.

? O segmento de estofados possui alta empregabilidade, pois a mecanização no processo de produção é muito baixa. O trabalho é praticamente manual e emprega muita gente ? ressalta Fernandez.

A redução da alíquota foi tema de várias reuniões entre empresários e o Ministério da Fazenda, das quais participaram a Abimóvel, a Abipa (Associação Brasileira da Indústria de Painéis) e o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV). Este último foi responsável por estudo sobre o comportamento dos preços do setor, informa o presidente da Abimóvel. O novo preço das chapas de madeira, MDF e MDP – matérias-primas do setor moveleiro – vai gerar redução do custo final dos produtos no varejo.

A notícia da redução do imposto foi comemorada por empresários de Arapongas, no norte do Paraná. A região abriga um arranjo produtivo local (APL) com mais de 200 fábricas de móveis seriados em madeira e estofado, item que representa entre 15% a 20% da produção do pólo moveleiro paranaense. Doze mil empregos diretos são gerados pela cadeia produtiva de madeira e móveis na região.

? Atinge sensivelmente toda a cadeia moveleira, porque aqui a grande maioria dos móveis é feita de painéis e MDF e MDP, que estão sendo beneficiados ? explica Júlio César Santos Rodrigues, gestor de projeto do Sebrae que apóia o polo paranaense.

? Espero que o IPI dos componentes de móveis acompanhe essa tendência ? afirma Antônio Donizete de Souza Silva, diretor da Facino Estofados.

A expectativa de Donizete tem motivo.

A alíquota de IPI para componentes como o parafuso, é de 12%, e para grampo, 10%.

? Como somos uma microempresa e optante do Simples, a medida do governo não teve impacto direto.

O IPI fica embutido no imposto único, pago pelos optantes do Simples.

? Mas tudo que se faz em benefício do setor acaba surtindo efeito para os pequenos também ? observa o empresário moveleiro de Arapongas.