Abiove garante que embargo chinês ao óleo de soja argentino não prejudicará Brasil

China é o mais importante parceiro comercial no que se refere à oleaginosaA Embaixada Brasileira em Pequim garantiu que o Brasil não deve ser afetado pela decisão do governo chinês de suspender as importações de óleo de soja da Argentina. A informação é da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A China é o mais importante parceiro comercial do Brasil no que se refere ao complexo soja. No caso argentino, a medida chinesa pode significar um prejuízo de US$ 2 bilhões.

Os primeiros dias de abril foram de turbulência nas relações comerciais entre os governos argentino e chinês. Na última semana, importadores chineses de óleo de soja informaram ao país do Mercosul que as compras do produto argentino estavam suspensas. Os chineses alegam que o óleo de soja da Argentina tem quantidade de solvente acima do permitido. Para a Abiove, que representa as indústrias esmagadoras no Brasil, o argumento não tem fundamentos técnicos. É, sim, uma forma de retaliação.

Assim como a Argentina, o Brasil também exporta óleo de soja para a China. No ano passado, vendeu aos chineses cerca de 530 mil toneladas, 23% do total de óleo de soja exportado.

A economista da Tendências Consultoria, Amarillys Romana, diz que o Brasil não tem motivos para comemorar, porque a barreira ao óleo argentino não significa maior espaço para o produto brasileiro. Ela explica que além de a China ter uma forte indústria esmagadora de soja, mais de 76% da produção brasileira acaba sendo usada no mercado interno.

A preocupação, então, é com o impacto negativo que a decisão poderia trazer ao Brasil. Esta semana, o governo argentino chegou a afirmar que as mesmas restrições sanitárias deveriam ser aplicadas ao produto brasileiro. A Abiove entrou em contato com a Embaixada Brasileira em Pequim e diz que os exportadores brasileiros podem ficar tranquilos.