Márcio Milan relembrou que este ano o Código de Defesa do Consumidor (CDC) comemora 20 anos de existência. Segundo ele, esses anos foram marcados por muitos conflitos entre consumidores e empresas, porém, provocaram como resultado um novo e melhor padrão a ser seguido pelas indústrias e o varejo. Passada esta fase, o alvo de debate agora é a segurança alimentar.
? Ainda temos muito que avançar nessa questão ? afirmou.
Ele citou como exemplo da falta de segurança alimentar o surgimento de algumas doenças, como síndrome da vaca louca e o surto da salmonela. Márcio também chamou atenção para outros fatores que compõem essa questão, como o preço dos alimentos e a qualidade.
? Grande parte dos fornecedores trabalha com carnes congeladas. Isso muitas vezes impede que o verdadeiro peso do alimento apareça. Há algum tempo foi feito um levantamento e descobriu-se que 40% do peso dos frangos congelados vendidos nos supermercados eram compostos por água.
Segundo Márcio, o empresário também precisa ficar atento aos desperdícios dos alimentos. Em 2009, por exemplo, foram desperdiçadas 1.976.956 kg de banana, quantidade que poderia alimentar 20.256 famílias.
? São desperdícios que estão embutidos no preço final para o consumidor e que mexem com a consciência do consumidor ? ressaltou.
Outra iniciativa utilizada pela empresa é a rastreabilidade dos produtos oferecidos.
? Todas as nossas verduras, frutas e legumes possuem um código de rastreabilidade. Com esse código, o consumidor pode verificar, por meio do nosso site, todas as informações relacionadas ao produto comprado. Temos informações de origem do produto, fotos da propriedade onde o alimento foi produzido, informações nutricionais, entre outros itens ? explica Márcio.
Ao final de sua apresentação, Márcio deu algumas dicas de como as empresas podem ficar atentas ao mercado. Entre elas estão: oferecer produto de qualidade; implantação e monitoramento das melhorias contínuas pelo fornecedor em relação às boas práticas agrícolas; contratação de um responsável técnico focado em boas práticas; as embalagens devem estar limpas e livres de odores indesejáveis; o empresário deve ficar atento à higiene dos veículos que fazem a logística dos produtos; e atender à legislação da Anvisa em relação a aplicação de agrotóxicos.