Falta diversificação de matérias-primas para fabricação de biodiesel, dizem especialistas

Com máquina importada da Suíça, pesquisadores da Embrapa conseguem extrair biodiesel de qualquer oleaginosaAté o ano de 2018, os biocombustíveis vão responder por 70% da demanda veicular. A estimativa é da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). Atender a este mercado, no entanto, ainda é um desafio. Falta, principalmente, diversificar a produção de matérias-primas que podem ser usadas na fabricação do biodiesel.

Com uma máquina importada da Suíça há dois meses, com o investimento de R$ 150 mil, os pesquisadores da Embrapa conseguem extrair biodiesel de qualquer oleaginosa.

? Estamos trabalhando com essas culturas que produzem mais óleo e são melhores para serem investidas, pois permitem uma maior produção por hectare ? disse a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Simone Mendonça.

Estudos apontam que o pinhão manso e mamona são os de melhor rendimento. Entretanto, eles ainda são uma promessa, mas longe de uma exploração significativa em escala comercial.

Em 2008, 25 mil pequenos agricultores estavam ligados a produção de biodiesel no Brasil, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A meta para esse ano é superar os 100 mil produtores. Porém, a maioria deles prefere a soja, já que culturas diferentes exigem mais investimento e não garantem lucro para quem planta.

? A busca de recurso nos bancos ainda tem sido um dos problemas quando se trata de culturas que não são soja. No caso da mamona ainda temos dificuldades porque os índices de produtividade são muito baixos ? disse o coordenador de Biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marco Antônio Leite.

Para quem apostou no biodiesel e não consegue vender a produção a um preço razoável, a alternativa, segundo o professor e pesquisador do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB João Nildo Vianna, é formar cooperativas e buscar financiamentos públicos para a construção de pequenas usinas de extração de óleo. 

? Assim, ele se liberta do segmento que mais atrapalha que é o atravessador, que compra a mamona a baixo preço e revende a preço de mercado ? disse Vianna.