A Cooperativa de Rolândia (Corol), no norte do Paraná, tem 46 anos de atividades e quase oito mil associados. No ano passado, inaugurou um moinho de trigo, mas já acumulava R$ 300 milhões em dívidas. No início do ano, a Corol vendeu três unidades de armazenagem para outra cooperativa de Londrina. Apesar disso, o presidente, Eliseu de Paula, diz que o projeto de fusão com a Cooperativa dos Cafeicultores de Porecatu (Cofercatu), também no norte, e com a Cocamar, de Maringá, no noroeste do Estado, não tem como meta principal salvar a cooperativa da falência.
? O endividamento da Corol está sendo administrado e gerenciado e confortável na vida dela. A fusão virá se os cooperados da Cocamar e da Corol toparem e os estudos passam pelo endividamento das nossas cooperativas. Mas o fardo fica muito mais leve quando você junta essas forças com um faturamento que poderá chegar a R$ 3 bilhões.
A Corol e a Cocamar têm, juntas, quase 14 mil associados. Em junho acontecem assembléias paralelas, onde eles devem votar se aprovam a ou não a fusão. A Cofercatu tem 900 cooperados e deve aguardar o resultado do estudo para se pronunciar.
As três cooperativas têm agroindústrias. As mais fortes são as de produção de ração e farelo, de óleos vegetais e de sucos concentrados de uva e laranja. Segundo o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, a usina de açúcar e álcool da Corol pode não interessar à nova cooperativa e seria o primeiro ativo a ser vendido.
No ano passado a própria Cocamar se desfez da usina que tinha. Para Lourenço dívidas de longo prazo podem ser reduzidas com a venda de patrimônio, as de médio e curto prazo devem ser renegociadas. Ele acredita que a união pode melhorar a competitividade dos produtores, através do fortalecimento de toda a estrutura agroindustrial da nova organização.