Um estudo sobre as usinas está em fase de conclusão. Porto Mauá será um dos municípios mais afetados. Conforme o prefeito Guerino Pedro Pisoni, a usina de Panambi, prevista para ser construída próximo a Alecrim, alagaria 50% da área urbana e 25% da zona rural do município.
? Nossa cidade está encravada na beira do rio. Vai sumir o Centro, prefeitura, escola, posto de saúde, porto. Vai ser um impacto ambiental e social muito forte. O pessoal está muito apreensivo ? afirma o prefeito.
Desde a década de 70 é discutida a construção de usinas binacionais no Rio Uruguai. Nos anos 80, estudos foram feitos, mas sem levar em consideração aspectos ambientais. Na época, foi identificada a necessidade de construção de três usinas: Roncador, Garabi e São Pedro.
Prefeitos da região e de cidades das províncias argentinas de Misiones e Corrientes devem participar da audiência, além de representantes do Ministério Público Federal e de órgãos ambientais. Os prefeitos receberam informações de órgãos federais para esclarecer a população.
As barragens também preocupam Derrubadas, onde está localizado o Salto do Yucumã, um dos pontos turísticos do Rio Grande do Sul. Embora o governo federal sustente que o salto não será encoberto pelas barragens, ainda há desconfiança.
? Não vimos o projeto ? diz o prefeito Almir Bagega.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, confirma que o Salto do Yucumã não será encoberto pelas barragens. Quanto às demais áreas alagadas, segundo ele, ainda não há definições.
? Será tomado o cuidado para que seja a menor área possível ? explica.
A potência instalada de cada uma das usinas será de cerca de mil megawatts. Garabi terá área alagada de cerca de 500 quilômetros quadrados. Já Panambi, de 200 quilômetros quadrados.