Conforme a cigarreira, 8,5 mil produtores da Universal Leaf Tabacos e 8,5 mil da Alliance One Brasil vão passar a ser seus integrados em cerca de quatro meses. Com a transferência, devem ser contratados pela empresa cerca de 200 funcionários especializados na produção de tabaco. A Philip Morris Brasil irá adquirir ainda estações de compra e armazenamento de tabaco na região Sul do país.
? Por uma questão estratégica, não informamos os valores envolvidos ? afirmou o presidente da cigarreira, Amâncio Sampaio.
Há duas semanas, foi lançada pela indústria a pedra fundamental da nova planta que será construída em Santa Cruz do Sul. Sampaio comentou que a agregação dessa etapa garante mais eficiência à empresa, que poderá gerenciar melhor as suas necessidades.
A empresa informou ainda que, no novo modelo adotado, assim como no processo realizado pela Philip Morris International nos Estados Unidos, pretende manter o beneficiamento do seu tabaco com a Alliance One Brasil e pela Universal Leaf Tabacos.
Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, um dos motivos que levam as cigarreiras a buscar a verticalização da produção, além da redução de custos com a produção, é a busca constante pela qualidade do tabaco. No ano passado a multinacional japonesa Japan Tobacco Internacional (JTI) adquiriu duas fumageiras tradicionais, a Kannenberg e da KBH&C, ambas de Santa Cruz do Sul, e passou a fazer o beneficiamento de tabaco. A Souza Cruz, a maior produtora de cigarros no país, já utiliza o modelo de verticalização desde a sua fundação, há mais de 50 anos.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, avalia que os novos contratos, que atingem cerca de 9% dos 186 mil produtores de tabaco do país, podem trazer melhores condições de negociação.
Letícia Mendes