Agricultura

Soja: eleições americanas podem afetar acordo entre EUA e China

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

China x Estados Unidos
Foto: Pixabay

Os contratos futuros da soja terminaram a terça, dia 6, com leve baixa em Chicago. O dia foi de correção técnica. Players acompanham de perto as eleições legislativas norte-americanas e tenta avaliar o impacto do resultado nas negociações comerciais entre China e EUA.

Na semana passada, sinais de reaproximação entre os dois países colocaram os preços no maior nível desde agosto.

Durante o dia, investidores buscaram melhor posicionamento frente ao relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quinta, dia 8.

Projeções

O USDA deve reduzir a estimativa para a safra 2018/2019 de soja dos Estados Unidos. Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em 127,26 milhões de toneladas. No relatório anterior, a estimativa era de 127,64 milhões de toneladas. Em 2017/2018, a produção americana ficou em 120,05 milhões de toneladas.

No Brasil

Os preços da soja caíram no mercado interno, apesar da alta no dólar. A queda dos contratos futuros, negociados na Bolsa de Chicago, pesou sobre o mercado interno. Segundo a Safras & Mercado, o produtor não encontra motivação para negociar e opta pelo plantio.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Passo Fundo (RS): R$ 83
      • Cascavel (PR): R$ 79
      • Rondonópolis (MT): R$ 74
      • Dourados (MS): R$ 76
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 85
      • Porto de Rio Grande (RS): R$ 87
      • Porto de Santos (SP): R$ 86
      • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 86
      • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Novembro/2018: US$ 8,72 (-1 cent)
        • Janeiro/2019: US$ 8,84 (-1,25 cents)

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou inalterada, sendo negociada a US$ 310,60 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 27,90 centavos de dólar, também estável.


Milho

As cotações domésticas do milho se mantiveram estáveis. De acordo com o analista da Safras & Mercado Paulo Molinari, há um sentimento de menor oferta no mercado doméstico. Os estoques dos consumidores estão bem posicionados, o que mantém as bases de preços.

Chicago

Os contratos futuros do cereal terminaram em baixa na Bolsa de Chicago. O mercado repercutiu o avanço da colheita norte-americana. Os investidores também aguardam a divulgação do relatório de oferta e demanda.

No último levantamento do USDA sobre a evolução da colheita, a área colhida estava em 76%. Em igual período do ano passado, o número era de 68%. A média para os últimos cinco anos é de 77%. Na semana anterior, o percentual era de 63%.

A previsão de analistas e traders consultados é que a safra dos Estados Unidos em 2018/2019 possa atingir 14,711 bilhões de bushels, abaixo dos 14,778 bilhões de bushels indicados em outubro. Na temporada passada a safra do país atingiu 14,604 bilhões de bushels.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 39
      • Paraná: R$ 32
      • Campinas (SP): R$ 36,50
      • Mato Grosso: R$ 22
      • Porto de Santos (SP): R$ 35,50
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 35
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 35
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Dezembro/2018: US$ 3,73 (-0,75 cent)
        • Março/2019: US$ 3,85 (-0,50 cent)

Café

A cotação interna do café registrou desvalorização, pressionada pela queda do arábica na Bolsa de Nova York, especialmente. A alta do dólar voltou a limitar o impacto das perdas externas.

Nova York

O café arábica encerrou as operações com preços muito mais baixos. Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, afirma que o mercado caiu diante da valorização do dólar contra o real e de ajustes técnicos.

A ampla oferta global, com a chegada de safras novas, como a do Vietnã, mantém as cotações sob pressão. Os fundamentos seguem negativos, com o mundo tendo um superávit na oferta contra a demanda.

Assim, NY acaba se mantendo sob pressão e após as recentes altas teve já duas sessões seguidas de uma forte correção baixista.

Londres

O mercado do robusta foi novamente pressionado pela desvalorização do arábica, apontam traders. A desvalorização do petróleo também contribuiu para as perdas do robusta londrino, além da alta do dólar contra o real.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

        • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 435 a R$ 440
        • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 440 a R$ 445
        • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 370 a R$ 375
        • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 325 a R$ 328
        • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

          • Dezembro/2018: US$c 113,25 (-3,85 cents)
          • Março/2019: US$c 117,65 (-3,40 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

          • Novembro/2018: US$ 1.651 (-US$ 19)
          • Janeiro/2019: US$ 1.669 (-US$ 19)

Boi gordo

Dia de preços estáveis em 26 das 32 praças pecuárias acompanhadas pela Scot Consultoria. Quatro pontos venda registraram altas nesta terça e dois terminaram com baixas nos preços.

Segundo analistas, com a redução gradativa da oferta de animais terminados, a pressão de baixa registrada nas últimas semanas perdeu força.

No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços subiram. O boi casado de animais castrados está cotado, em média, a R$ 9,75 por quilo, alta de 2,8% frente ao fechamento anterior.

A valorização da carne bovina no atacado indica que o escoamento está melhor, comum para a primeira quinzena do mês. Na prática, a demanda maior pode colaborar com a retomada de preço no mercado do boi gordo.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 148
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 141
          • Goiânia (GO): R$ 136
          • Dourados (MS): R$ 145
          • Mato Grosso: R$ 130,50 a R$ 133,50
          • Marabá (PA): R$ 132
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,55 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 149,50
          • Sul (TO): R$ 134
          • Veja a cotação na sua região

Dólar e Ibovespa

A cotação da moeda norte-americana manteve pelo segundo dia consecutivo a tendência de alta, encerrando o pregão com valorização de 0,84%, cotada a R$ 3,7582.

O Banco Central manteve a política tradicional de swaps cambiais, sem ofertas extraordinárias de venda futura do dólar.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em queda de 1,04%, com 88.668 pontos. As ações das grandes empresas acompanharam a baixa, com Petrobras fechando com menos 3,37%, Bradesco com desvalorização de 1,35% e Vale em baixa de 0,61%.


Previsão do tempo para quarta-feira, dia 7

Sul

A frente fria avança até Santa Catarina, mas ainda sem potencial para provocar chuva no interior da região. Apenas nas áreas do litoral é que há muitas nuvens e pode chover fraco ao longo do dia.

Um sistema de alta pressão que está atrás da frente fria muda a direção dos ventos nos estados, e a temperatura da tarde diminui um pouco com relação aos dias anteriores.

Sudeste

Uma frente fria avança pelo Sudeste do Brasil e aumenta as instabilidades ao longo do dia. Com a passagem do sistema, o risco para chuva volumosa aumenta no norte paulista, no Rio de Janeiro e na faixa leste de Minas Gerais. Há potencial para transtornos como pontos de alagamento.

As rajadas de vento são moderadas e pode chegar aos 60 km/h em toda região. As temperaturas seguem baixas em quase todos os estados, com exceção do centro-oeste paulista, onde ainda faz calor.

Centro-Oeste

A quarta-feira será marcada por chuva espalhada por grande parte da região, e os volumes aumentam em Goiás, Mato Grosso e no norte de Mato Grosso do Sul, com potencial para transtornos até na região do Distrito Federal. Os ventos permanecem com intensidade moderada.

As temperaturas seguem baixas por causa das nuvens espalhadas pela região. Apenas no sul de Mato Grosso do Sul é que não chove.

Nordeste

Durante o dia, a chuva mais intensa atinge áreas do sul do Piauí e oeste da Bahia, ainda com volumes bem elevados. A chuva fraca do litoral leste continua, e o tempo fica firme entre a região central da Bahia e o Ceará.

Nas áreas onde a chuva é volumosa, as temperaturas ficam mais baixas, por causa da chuva frequente e da grande quantidade de nuvens.

Norte

As instabilidades continuam espalhadas por toda a região. Há condição para temporais em todo o Tocantins, no Acre e em Rondônia, com volumes elevados e chuva frequente.

Nessas áreas, a chuva vem seguida por descargas elétricas, rajadas de vento de intensidade forte, além da temperatura mais baixa do que nas outras áreas da região. Tempo firme em grande parte do Amapá.