Produtores esperam que próximo governo garanta preços e rentabilidade

Expectativa dos agricultores é que melhorem as condições de créditoDurante esta semana, o Rural Notícias mostrou produtores rurais e suas aspirações, suas esperanças a partir do próximo ano, quando já terá sido eleito um novo presidente da república. A expectativa dos produtores é que melhorem as condições de crédito, de seguro, de acesso às tecnologias e ao mercado e, sobretudo, que melhore a renda. A última reportagem da série Eleições 2010, Especial sobre Política Agrícola, mostra por que sem garantia de preços e boa rentabilidade é impossível continuar prod

Há uma unanimidade no campo:

? O produtor tem que ter renda ? diz o empresário rural Álvaro Fávero.

? Devia ter uma garantia de renda. Um preço mínimo mais compatível e que você tenha condições de se manter ? diz o produtor rural Benedito Correa da Silva.

Ter renda suficiente pra se manter no campo é a principal preocupação do produtor, sem dúvida. Seja de que atividade for. Poucos são os que atualmente conseguem investir na propriedade.

? Com tudo o que estamos fazendo hoje, a gente fica com muita cautela porque você sabe que no final da história vem uma crise, vem uma dificuldade ou vem um ano ruim. Estoura sempre no produtor ? diz o agricultor Pedro Tosello.

Em tese, o produtor rural não deveria ter nenhuma preocupação com o preço que vai vender o que produz. A Política de Garantia de Preços Mínimos do governo federal foi criada há mais de 40 anos para cobrir a diferença quando a cotação fica muito baixa no mercado. É o governo que define esse valor e a forma como vai comprar os produtos ou financiar a estocagem. E quando pagar também.

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Os produtores de trigo do Estado do Paraná usam esse recurso. O não pagamento ou atraso do governo causa um transtorno e tanto, explica o presidente da Cooperativa de Rolândia (Corol), Eliseu de Paula.

? Isso dá uma “descredibilidade” muito forte perante o campo e o produtor fica numa situação difícil, porque ele precisa de dinheiro. Se não entra o dinheiro, ele tem que fazer outros empréstimos, buscar outros recursos, se valer de outras situações, e cada vez ele vai ganhando muito menos e tendo custos ? analisa o presidente da Corol.

Há também a questão do valor, que muitas vezes não cobre nem as despesas com a lavoura. No fim do mês passado, por exemplo, o Ministério da Agricultura anunciou a redução do preço mínimo da saca de 60 quilos de trigo para R$ 29,97, que fica abaixo do custo operacional, que é de R$ 32,20. A medida desapontou os produtores do cereal do Paraná, que pediram ao governo federal a revisão do valor.

? A gente tem que pensar que amanhã vai ser melhor. O agricultor não desiste nunca ? defende Álvaro Fávero.