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Estiagem causa perdas de 15% nas lavouras de soja de Minas Gerais

Presidente da Aprosoja-MG fala em danos ainda maiores nas regiões de terra arenosa; prejuízos devido à seca são relatados por produtores de todo o país

lavouras de soja seca por falta de chuva
Foto: Wilson Andrade/arquivo pessoal

As perdas das lavouras de soja em Minas Gerais chegam a 15%, estima a Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-MG). “Em Capinópolis, por exemplo, ficou 20 dias sem chuva. Na região mais arenosa, tivemos perdas de 30%”, conta o presidente da entidade, Wesley Barbosa.

Ele conta que com os grandes acumulados no início da safra, as raízes ficaram superficiais. “Agora essa planta está sofrendo mais com a estiagem”, relata.

A situação enfrentada pelos sojicultores mineiros é compartilhada por produtores em diversos estados, principalmente no Paraná e Mato Grosso. Inclusive, a consultoria AgRural afirmou que irá revisar a sua projeção de safra para as áreas de verão do Sul do país devido ao clima.

O que diz a previsão do tempo?

“Temos uma frente fria na altura do Sudeste, o que reforçou a chuva na região. As chuvas vão se espalhar por Minas Gerais, mas devem ir embora na quinta-feira”, conta a meteorologista Desirée Brandt.

Para o Sul do país, no entanto, a Somar não tem boas notícias. “As chuvas serão poucas e mal distribuídas durante o mês de janeiro”.

Problemas em todo o Brasil

Os relatos de perdas por causa da seca não param de chegar. O produtor Wilson Andrade, de Campina Verde (MG), está há 20 dias sem chuvas e estima ter perdido 20% dos 3.000 hectares plantados. “Perdas significativas nas que estavam em fase de enchimento de grão, com muito aborto de vagens e grãos mal formados”, conta.

No Paraná, nem mesmo a chegada de chuva ajudou os agricultores, pois os acumulados não foram suficientes para reverter o efeito da estiagem prolongada.

Sojicultores do Paraguai, país vizinho, também estão sofrendo com o tempo severo. Metade dos 700 hectares cultivados por Yuri Raffler, de San Alberto, foram devastados pela seca. “No início da safra, esperava colher 60 sacas por hectare. Agora serão cerca de 30”, diz.