O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, ressalta que a ideia é criar usinas de produção flex, com etanol e biodiesel.
– Podemos aproveitar reatores e caldeiras, que são equipamentos que existem nas usinas de Biodiesel, onde adicionamos alguns equipamentos e elas poderiam ser flex, tanto com biodiesel quanto com etanol – explica.
A Cooperativa Agroindustrial do Parecis, no município de Campos de Júlio, será a base da experiência. Se a viabilidade econômica for comprovada, a produção pode se estender para 40 usinas com potencial para processar juntas dois milhões de toneladas de milho. Silveira afirma que o combustível pode ser usado não só pelo consumidor urbano, mas pelos produtores nas propriedades.
– Vai ser inadmissível a gente produzir alimento utilizando o diesel. Os produtores deste país precisam pensar em máquinas e equipamentos que sejam flex também – ressalta Silveira.
O modelo de utilização do milho para a produção de etanol é inédito no Brasil. O uso do grão para o combustível é feito pelos Estados Unidos, que destina grande parte da produção para o etanol.
No Brasil, o modelo mais comum é o da cana-de-açúcar. Este é o modelo que vem sendo implantado por produtores do Rio Grande do Sul. O projeto de agroenergia gaúcho visa tornar o Estado autossuficiente na produção de combustíveis. Atualmente o álcool é importado de outros Estados, o que encarece o produto para o consumidor final.
O assistente técnico da Emater, Alencar Ruggeri, comemora o fato de que outros modelos energéticos estão surgindo.
– O que estamos fazendo no Rio Grande do Sul usa também um pouco da tecnologia no Centro-Oeste. É a experiência também que usamos do sorgo grão para a produção de etanol. E que bom que tenhamos no país essas oportunidades de termos diversas matérias-primas ? diz Ruggeri.
Outros modelos de produção de etanol, como com a mandioca e a batata-doce, vão ser discutidos a partir desta terça, dia 10, durante o Simpósio Estadual de Agroenergia, na sede da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas.