Produção de soja sem desmatamento. Esta é a proposta do Soja Plus, acordo criado no inicio deste ano por representantes de produtores, exportadores e industria. Durante o evento desta terça, o programa foi apresentado ao publico em geral. O objetivo é atrair profissionais dispostos a atuar em grupos de trabalho para orientar produtores rurais no cultivo sustentável do grão.
? O primeiro grupo de trabalho vai definir princípios e critérios, justamente os requisitos que os produtores têm que atender para receber certificados. E um outro grupo vai trabalhar a questão de Cadeia de Custódia e a possibilidade de uma certificação em grupo ? afirmou o coordenador ambiental da Abiove, Bernardo Machado Pires.
Para sair do papel, a iniciativa deve passar por uma consulta pública prevista para o mês que vem. A fase de elaboração do programa coincide com um momento de preços altos no mercado da soja, o que costuma aumentar o risco de avanço da cultura em áreas de floresta. Apesar da oscilação registrada esta semana, as cotações se mantém acima de US$ 10,00 na bolsa de Chicago e influenciam o mercado interno. O diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Arioli Silva, diz que a alta ajuda o produtor na tomada decisões.
? Serviu muito bem para os produtores tomarem posições para a próxima safra. E essa tomada de posição, apesar do problema do dólar, facilita um pouco enxergar lá na frente o tamanho do lucro, o investimento. O produtor planta um pouco mais seguro com isso.
Os fabricantes de óleo vegetal já estão pagando mais caro pela matéria-prima. A indústria prevê preços mais estáveis para a soja daqui pra frente, mas admite que a alta nas cotações pode reduzir o retorno das empresas. Os custos ficam ainda mais altos porque a indústria está repondo estoques e comprando mais matéria-prima. Se por um lado há pouca soja no mercado, do outro, há grande demanda pelo produto industrializado.
? Nós chegamos a níveis muito baixos. Então existe uma reposição de estoques mínimos necessários para demanda mundial ? afirmou o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli.