MPF pede suspensão da queima controlada de cana no interior de SP

Órgão quer estudo prévio do impacto ambientalO Ministério Público Federal (MPF) entrou na quinta, dia 12, com ação civil pública na Justiça Federal pedindo a suspensão imediata de todas as licenças concedidas pela Secretária de Estado do Meio Ambiente de São Paulo para a queima controlada da palha de cana-de-açúcar em Ribeirão Preto, no interior paulista. O MP quer que todas as atividades de queima sejam paralisadas até que seja feito estudo de impacto ambiental prévio.

O MPF quer que a Justiça declare nulas todas as licenças e autorizações já expedidas pela secretaria e pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). O órgão também solicita que seja reconhecida a atribuição exclusiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para efetuar o licenciamento ambiental das queimadas.

O MPF pede que Cetesb, Ibama e a secretaria sejam condenados a pagar indenização por danos morais em consequência dos danos ambientais potenciais e efetivos oriundos da autorização ilegal.

A queima controlada da palha é realizada durante os meses com menores índices de umidade na região, quando as chuvas são escassas, diminuindo a possibilidade de dispersão dos poluentes. Segundo o MPF, as queimadas atingem áreas de preservação permanente localizadas às margens de rios e córregos, muitos pertencentes à bacia hidrográfica dos Rios Mogi-Guaçu, Pardo e Grande.

Para o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, autor da ação, a cultura de cana-de-açúcar é uma importante atividade econômica no Brasil, mas não é possível que seja feita sem os critérios mínimos de observância às leis e às normas ambientais.

? A Constituição Federal deixou bem claro que atividades de grande impacto ambiental necessitam de estudo de impacto prévio ? alega.