A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) afirmou que recebeu com surpresa a notificação russa de que pode suspender temporariamente as importações de soja brasileira. Em comunicado, a entidade afirmou que o Ministério da Agricultura, através do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), faz análises periódicas em produtos de origem vegetal nas quais 100% das amostras de soja estavam dentro dos limites permitidos por lei.
Segundo a Aprosoja, o grão do Brasil tem sido testado e aprovado para consumo interno e aceito no mercado internacional, sendo o produto mais importado pela China, União Europeia e diversos outros países.
Além disso, a entidade disse que será preciso entender o contexto do teste feito pelo órgão de vigilância fitossanitária russo, já que os resíduos de pesticidas caem com o tempo, em função da armazenagem, da exposição à temperatura e do processamento.
“É importante esclarecer que o grão exportado passa pela armazenagem, transporte até os portos e depois fica vários dias em um navio até chegar à Rússia, algo em torno de 60 dias. Este tempo seria suficiente para biodegradar o resíduo de glifosato presente no grão ao chegar no destino final. Como a soja ainda está sendo colhida no Brasil, é muito provável se tratar de uma carga armazenada há mais de 90 dias, ou seja, da safra anterior”, diz o comunicado.
A Aprosoja Brasil ressaltou que está segura quanto às técnicas de aplicação por parte dos produtores e ao respeito dos níveis de glifosato na soja.
Exportações
Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a Rússia ocupa a 5ª posição no ranking de importadores do produto brasileiro, junto com a Tailândia, com representação de 1,4% nos embarques de soja.
De janeiro a dezembro de 2018, essas compras chegaram a 1,1 milhão de toneladas, equivalente a U$S 34,58 milhões. Em janeiro de 2019, o volume de soja enviada para o país chegou a 64 mil toneladas, de acordo com a (Anec).
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